Home / Cotidiano

COTIDIANO

Comissão da CNBB critica destruição da Amazônia

Dom Cláudio Humes, presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, convida a celebrar o Dia da Amazônia “atentos à destruição atual”, insistindo em que “esse olhar objetivo deve nos engajar na luta pela preservação e no cuidado com a Amazônia e com a Casa Comum”. Também faz um chamado a realizar “pequenos gestos simbólicos, como plantar uma árvore, revitalizar o jardim de casa ou buscar informações sobre como e onde são produzidos os alimentos que compartilhamos nas mesas de nossas casas”. A divulgação coube ao Padre Modino, da Celam, retratando posicionamento de D. Cláudio sobre a data comemorada domingo.

Muita gente se imagina a Amazônia como uma floresta sem fim, como rios de águas puras, um lugar donde os povos que a habitam vivem em paz e em harmonia. Mas na verdade estamos ante uma região onde “o desastre ambiental que alcança dimensões absurdas não pode, neste momento, ser interpretado, senão, como morte, paixão”.

Em um texto escrito pelo presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ele se questiona como celebrar o Dia da Amazônia. Baseado na psicologia, o purpurado afirma que “somente a partir do momento em que os problemas são encarados objetivamente é que se torna possível curá-los ou lidar com eles de maneira melhor”.

O cardeal denuncia que “a Amazônia está ardendo em chamas por incêndios, muitos dos quais provocados intencionalmente, e pela falta de políticas públicas de combate, controle e mitigação das queimadas”. Ele cita dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mostram que “somente no mês de agosto foram registrados 2.228 focos de incêndio. Mais que o dobro em relação a 2020”.

Segundo o presidente da Conferência Eclesial da Amazônia, “a Amazônia está tombando sob o avanço do agronegócio, da mineração e do garimpo ilegal, e minguando aceleradamente em hectares de floresta em pé”. Ele denuncia o avanço dos projetos do chamado “desenvolvimento”, “especialmente com a fragilização da fiscalização ocorrida nos últimos anos e com o desmonte de órgãos e políticas de salvaguarda socioambientais”.

Agronegócio

O cardeal augura um cataclismo anunciado, sustentando sua opinião no recente relatório que vaticina um aumento da temperatura global. Ele também denuncia o agronegócio, que tornou lucro o cultivo de alimentos, envenenando “os alimentos e, por conseguinte, a terra, as águas e os ares”, um modo de produção que “além de desrespeitar a natureza, acaba produzindo fome e miséria”, denunciando o avanço da monocultura no Brasil, que tem como foco a exportação, nas custas da “nossa água, nossas florestas e toda a biodiversidade que morre com a chegada do agronegócio”.

“A crucificação da Amazônia desencadeia sofrimento para muitos filhos e filhas de Deus”, denuncia Dom Cláudio. Ele insiste em que “os povos indígenas estão sob o risco de perder o direito de posse aos seus territórios já tão invadidos. Aos ribeirinhos restam rios secando e águas poluídas pelos agrotóxicos e rejeitos da mineração”.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias