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Dia Nacional do Cerrado: bioma já perdeu 50% da vegetação original

O Dia Nacional do Cerrado é celebrado neste sábado (11), mas, neste ano, não há motivo para comemorações: o bioma tem visto, nas últimas semanas, recordes de incêndio e de desmatamento.

De 1º janeiro até 31 de agosto, o Cerrado viu a maior quantidade de pontos de fogo para esse período desde 2012, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Considerados apenas os números do mês, houve a maior quantidade de focos de incêndio desde 2014, mesmo com uma proibição do uso do fogo no país em vigor.

"A preocupação é que é um bioma que já perdeu 50% da cobertura original, que já vem bastante pressionado sob as transformações das últimas décadas", explica a pesquisadora Mercedes Bustamante, professora titular da Universidade de Brasília (UnB) e uma das principais referências sobre o bioma no país.

O desmatamento também cresceu: no mês passado, o bioma teve a maior área sob alerta de desmatamento desde 2018, de acordo com o Inpe.

O crescimento do desmate no bioma tem a ver com a expansão da nova fronteira agrícola brasileira – na região chamada de "Matopiba", por abarcar parte dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

De 1970 até 2018, a perda de bioma no Cerrado foi de 50% – mais que o dobro da Amazônia, que perdeu 20%, segundo um levantamento feito pela ONG WWF.

"Hoje você tem uma enorme quantidade de terras desmatadas no Cerrado que poderiam ser utilizadas novamente para a produção. A gente deveria estar modificando o rumo dessa história e encaminhando ações de conservação", diz.

Recuperar o bioma, diz a pesquisadora, custa mais dinheiro do que simplesmente desmatar novas terras para plantar. Mas, no curto e no longo prazo, a destruição ambiental custa caro: o Brasil corre o risco de não ser mais uma potência na produção e exportação de alimentos.

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