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Inclusão deixou de ser tabu e virou rotina

#QueaInclusaoVireRotina é uma hastagh que além de ser uma busca incessante se tornou tatuagem na pele da Viviane Lima, que é mãe de duas meninas diagnosticadas com microcefalia.

Ana Victória Lago, é uma jovem de 22 anos que provou que microcefalia não é uma sentença de morte.

"Até o sexto mês, tive uma gestação tranquila, mas, ao fazer o ultrassom morfológico do segundo trimestre, foi constatada uma regressão do perímetro cefálico da Ana Victória e um pré-diagnóstico de microcefalia vera, de causa genética”, diz.

Segundo os médicos Ana não iria andar, não iria falar e, provavelmente, iria vegetar em cima de uma cama, porém desde então Viviane buscou estímulos. Fez fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional e exercícios com profissionais para serem aplicados diariamente com ela.

Quando completou 1 ano de vida, foi levada ao Rio de Janeiro para realizar uma bateria de exames onde foi diagnosticado que por conta dos estímulos e em comparação a primeira tomografia o cérebro dela não era o mesmo, passando a ter atividade cerebral na parte de trás.

Ana foi estimulada com sons, músicas e cores. Ela conseguiu dar os primeiros passos com 1 ano e dois meses através de estímulos das cores nos sapatos que chamavam sua atenção.

Inclusão é pegar uma pessoa com deficiência e fazê-la conviver com quem não tem, isso fará com que ela tente superar suas dificuldades e limitações.

Em 2015, quando a microcefalia ganhou destaque por causa da transmissão pelo zika vírus, no ano seguinte Ana foi convidada para participar de um projeto inclusivo de uma agência de modelo, na época ela tinha 17 anos e se mostrou bastante desinibida durante as fotos.

A dona da agência sugeriu um ensaio com direito a maquiagem, look, salto alto, se tornando uma experiência única que contribuiu para sua evolução e desenvolvimento.

Em 2020, a escola de samba Dragões do Império, de Manaus, convidou Ana e ela desfilou como musa da bateria. Viviane relata que a filha já sofreu diversos preconceitos na escola, na ruas e até mesmo da família.

“Já ouvi comentários de que a Ana Victória tem uma cabeça esquisita, de que ela não é modelo, que modelo é a Gisele Bündchen”, relata.

Ana já fez um book, e a partir da assinatura do contrato de um ano ela participou de alguns ensaios e desfiles, sempre com a mensagem da inclusão social. Ana se tornou a primeira modelo com microcefalia no mundo.

“Nenhuma criança nasce com preconceito, são os pais que passam isso para os filhos. Se inclusão social fosse uma disciplina na escola, teríamos uma sociedade mais consciente”, afirma.

Apesar da dificuldade de quebrar tabus, a inclusão tem se tornado um tema com conhecimento mais amplo, porém ainda é necessário que se torne uma realidade em todas as áreas. Ana é um exemplo de que nenhum diagnóstico ruim é uma sentença de morte e impossível de ser superado, é imprescindível paciência, perseverança e fé.

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