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Suicídio cresce entre os mais jovens

O mês de Setembro chega e com ele a campanha do Setembro Amarelo, que tem como tema a prevenção ao suicídio. Essa é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, principalmente em países de baixa e média renda. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 800 mil indivíduos tiram a própria vida todos os anos.

Por causa do período de pandemia, quadros de ansiedade, estresse e depressão se tornaram cada vez mais frequentes. A crise econômica, o desemprego, o isolamento social, a perda de familiares e amigos, as situações de adoecimento, o luto, as incertezas da pandemia e o medo do futuro, afetaram e muito a saúde mental de milhares de pessoas durante esse período. O psicólogo Rodrigo Marquez Martins de Oliveira, Mestre em Ciências do Comportamento (UnB), ressalta.

“Cada caso é um caso. A depressão pode aparecer de forma oportunista, junto com os transtornos de ansiedade, por exemplo. Existem fatores de risco gerais que vão variar conforme a idade e gênero das pessoas, mas queixas relacionadas a questões econômicas, violência, abuso de substâncias e relacionamentos interpessoais são bem comuns quando falamos de depressão”, explicou.

O psicólogo exemplifica que, normalmente os sintomas mais comum para quem está passando por uma fase difícil é estar deprimida ou triste por bastante tempo, sem vontade de fazer coisas que costumavam ser interessantes, além de reclamar da solidão, chorar muito e se irritar com facilidade. A saúde mental também traz alterações no sono, no peso, traz dificuldades de se concentrar e problemas interpessoais.

Nesses casos a psicoterapia pode atuar na prevenção e no tratamento de transtornos mentais, como a depressão. “O papel do psicólogo é acolher, conectar seu paciente com o presente, resgatar valores pessoais importantes, estabelecer uma rede de apoio, ajuda-lo a dimensionar o que está acontecendo, buscar ferramentas e estratégias para ajudar a lidar com a situação e promover a autonomia”, afirmou.

Para tentar explicar porque cada vez mais pessoas estão com a saúde mental abalada, ele ressalta. “Existem dois caminhos para explorarmos esta questão. Nosso contexto atual tem estabelecido metas, expectativas e padrões que são adoecedores. Temos menos tempo para nos dedicar aos relacionamentos interpessoais e fazer coisas que nos dão prazer. Outro ponto é a desestigmatização (abolição de perceção negativa associada a certo comportamento, característica, grupo, etc), da saúde mental. As pessoas tem se sentido mais à vontade para falar sobre os seus problemas e isso pode dar a falsa impressão de que as coisas estão piores”

Para quem está passando por um quadro emocionalmente instável ou está no papel de ajudador, é fundamental dar acolhimento a quem precisa. “Acolher uma pessoa que não está bem é fundamental, e isso pode ser feito oferecendo uma escuta atenciosa e sem julgamentos. Dar suporte para que o outro encontre bons profissionais de saúde mental e se engaje nos tratamentos propostos também é um passo importante. Não podemos esquecer de entender e estabelecer nossos limites para não assumirmos demandas que vão além do que conseguimos suportar naquele momento, por isso o encaminhamento para profissionais qualificados é tão necessário”.

Rodrigo ainda aconselha a “Manter uma rotina de autocuidados com visitas regulares a profissionais de saúde, alimentação adequada e exercícios físicos é um excelente começo. Além disso, ter uma vida social dinâmica, se conectar com o presente, aprender a lidar com os desconfortos da vida de maneira saudável, examinar seus pensamentos, ter claros os seus valores pessoais e se comprometer com ações que te levem na direção destes valores são habilidades importantes para termos uma vida mais plena e feliz”.

Setembro Amarelo

No Brasil, o Setembro Amarelo foi adotado oficialmente em 2015, em parceria do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Se você está passando por um momento difícil, procure ajuda profissional ou ligue para o CVV – Centro de Valorização da Vida, o número é 188 e a chamada é gratuita para todo o Brasil. A sua vida é muito importante, não desista dela! Você é único, você é incrível!

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