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Carta aberta aos simpatizantes de Joaquim Barbosa

Há menos de um ano das próximas eleições, nós simpatizantes da candidatura do ex-ministro Joaquim Barbosa, lamentavelmente não temos visto uma articulação no sentido de transformar esse anseio em um projeto concreto. Por outro lado, o ex-juiz Sérgio Moro anuncia o lançamento de um livro e sua filiação a um partido político, um roteiro seguido naturalmente por candidatos à presidência.

A paisagem política brasileira começa a ter contornos mais nítidos. Tudo ainda pode mudar até as convenções que decidem as candidaturas, no meio do próximo ano. Mas não podemos ficar omissos a cada etapa do processo, sob pena de também ser tarde demais para atuar no sentido de fortalecer uma alternativa que represente o inconsciente nacional e que possibilite nosso país avançar em dias melhores para o sofrido povo brasileiro.

Vem então a pergunta de uma obra clássica de um dos maiores estrategistas do século passado. Lenine: << o que fazer? >> Ainda que uma candidatura de Joaquim Barbosa pudesse ter um viés mais progressista, por diversos fatores naturais, um princípio maior nos une aos que defendem a candidatura de Sérgio Moro: a ética na condução da vida pública.

A luta pela ética na vida pública não é uma bandeira de esquerda ou direita, mas sim um progresso de civilização vital para que nossos filhos não sejam sacrificados em uma sociedade podre, onde o crime compensa e onde o mérito, o talento e o trabalho sejam marginalizados.

O ex-ministro Joaquim Barbosa entrou para a história brasileira ao ser nomeado Ministro do STF, no qual poderia ser o coroamento da carreira de um profissional do Direito, de origem humilde e de um segmento ainda discriminado por parte de nossa sociedade. Mas não se acomodou, como quase todos. Fez história mais ainda, ao romper com uma antiga prática arraigada em nossa vida política, em uma vitória fundamental contra a corrupção e a impunidade. Com certeza esse antecedente colaborou para que a Operação Lava Jato ocorresse e continuasse o combate à corrupção.

Seria perfeita uma dupla, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, na mesma chapa, candidatos à presidência do Brasil. Seriam nomes capazes de unir a grande maioria do povo brasileiro em um projeto de reconstrução nacional. Ambos estão inseridos em dois partidos, PSB e Podemos, que não possuem uma ficha suja no âmbito da política nacional. Mas existe uma distância entre o sonho ideal e a realidade capaz de construir o sonho possível.

Assim sendo, tomo a liberdade de convidar os simpatizantes de Joaquim Barbosa a estarem presentes no ato de filiação do ex-juiz Sérgio Moro ao partido Podemos, no dia 10 de novembro, em Brasília.

Temos que também sensibilizar o ex-ministro Joaquim Barbosa a apoiar no próximo pleito um nome que não irá reescrever a história, impondo ao povo brasileiro o menosprezo ou mesmo o esquecimento de seu importante legado para a moralização de nossa prática política, que se reflete na cidadania e na melhoria da qualidade de vida de todo nosso povo.

Podemos somar e fazer a diferença, atuando no sentido de que setores progressistas também participem desse processo, com uma unidade de ação capaz de afirmar pautas prementes na realidade brasileira, como a luta contra a desigualdade social, por maior apoio às pessoas com diversidade funcional, por uma sociedade sem discriminação racial, étnica ou de gênero, por uma renda mínima para o povo e pela valorização da cultura brasileira.

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