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O dia da alimentação merece comemoração?

Em 16 de outubro comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, seria ideal se pudéssemos comemorar nesta data por uma alimentação saudável e digna, porém muitos países em desenvolvimento, como o Brasil, é tempo de avaliar e buscar meios para a erradicação da fome e da pobreza.

Potencializada pela condução desastrosa da pandemia do Covid-19, o Brasil agrava a cada dia o cenário de extrema pobreza, conforme aponta estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pessan), divulgado em abril.

Quase 20 milhões de brasileiros afirmam que passam períodos de 24 horas sem ter o que comer. Cerca de metade da população, sendo 116,8 milhões de pessoas, sofrem atualmente de algum tipo de insegurança alimentar.

“Em apenas dois anos, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões. Nesse período, quase 9 milhões de brasileiros e brasileiras passaram a ter a experiência da fome em seu dia a dia”, aponta o relatório.

Tudo isso acontece em um país que carrega o título de ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Somente no ano passado, a produção de grãos bateu 255,4 milhões de toneladas, 5% a mais do que no ano passado.

Isso significa 255.400.000.000 quilos de grãos. Some-se a isso 4,3 milhões de toneladas de suínos e mais de 13 milhões de toneladas de frango produzidos e um rebanho bovino de 218,2 milhões de cabeças.

Infelizmente os números mostram que na realidade existem dois “brasis”, um que enriquece com alimentos e outro que não tem o que comer. Logo, o objetivo do dia da alimentação é conscientizar a sociedade sobre a necessidade de investimentos para tornar os sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos e sustentáveis.

Apesar de todo o país estar passando por situações de fome, as regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas são o Norte e Nordeste.

Enquanto 9% da população geral brasileira passa fome, este indicador é de 18,1% no Norte e 13,8% no Nordeste. A situação no campo também é pior do que na cidade – em áreas rurais, 12% dos domicílios passam pela privação.

A insegurança alimentar avançou também entre pessoas que não se encontram em condição de extrema pobreza, isso tem relação direta com o desemprego e a inflação, que impossibilita o poder de compra, enquanto salários seguem congelados.

Logo, é possível visualizar que a pandemia impactou famílias que tinham renda estável e tiveram que lidar com diversas incertezas, como a possibilidade de demissão, o medo de contrair o vírus e o aumento dos valores de coisas básicas.

É necessário lembrar que o direito à alimentação é um direito incluído na Constituição do Brasil, sendo fundamental para toda a população. É de extrema importância que os poderes exerçam o seu papel para que os índices possam avançar.

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