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Medo de agulha e coragem para tatuagem é real ?

Em diversos momentos da vida, o ser humano se depara com alguma situação onde uma agulha está envolvida e com a vacinação contra o COVID-19 se tornou comum vídeos onde pessoas passaram mal na hora de receber o imunizante, ou seja, o que era pra ser felicidade em alguns casos se tornou uma situação de pânico e verdadeira fobia.

Muitas pessoas não sabem mas o medo de agulha tem nome e se chama aicmofobia. O medo é uma ação normal do organismo humano, ao mesmo tempo em que se caracteriza como um importante mecanismo de defesa.

Muitos medos podem parecer banais e sem valor. Mas, para algumas pessoas, os medos ganham status de sofrimento e se caracterizam como fobias, impactando vários aspectos na vida da pessoa. É preciso valorizar e reconhecer quando algo está acima do próprio controle e que causa impactos negativos.

Quando ele desencadeia comportamentos desproporcionais às circunstâncias apresentadas, é considerado fobia. Indivíduos com medo de agulha sentem um mal-estar que vai muito além da própria picada ao tomar uma injeção, tirar sangue e fazer exames. O medo ou pavor e a vontade de se preservar do momento faz com que a pessoa se sinta sufocada.

Trata-se, então, de um medo inconsciente. E, no caso da aicmofobia, os objetos fóbicos capazes de causar gatilhos de pânico são as agulhas e demais ferramentas pontiagudas.

Então, será que é possível ter medo de agulha e fazer tatuagem? Sim, é possível! Segundo a tatuadora Júlia Nery Távora de Mendonça, 23 anos, em um ano que ela trabalha na área já presenciou diversos casos.

“A explicação que temos e porque a agulha de injeção, que é usada para tirar sangue ou vacinar é maior, e as vezes até mais grossa, sendo assim, perfura de forma mais profunda. Já a agulha da tatuagem não é tão visível e também ela não perfura né? Ela é bem superficial, pegando só a primeira camada da pele, logo, acaba que a pessoa perde o medo de fazer tatuagem por esses fatores que são levados em consideração”, afirma.

Além desses fatores tem a relação de prazer e satisfação que são sentimentos para quem quer eternizar a arte na pele, sem falar que a dor é relativa de acordo com cada pessoa e de acordo com qual região do corpo ela decide tatuar.

Segundo a tatuadora Maysa Bruna Tavares, a maioria das pessoas sempre tentar se informar com outras sobre a questão da dor.

“É engraçado porque antes de tatuar as pessoas sempre perguntam para os profissionais e para outras pessoas que já tem tatuagens se dói, qual o nível da dor, mas isso é bem relativo. Mas podemos perceber que é uma dor suportável, porque se caso não fosse não haveriam tantas pessoas tatuadas por aí”, complementa.

Além da dor, é importante salientar que as agulhas independente do procedimento não podem ser reutilizadas e no momento de iniciar qualquer procedimento tem que estar lacrada para evitar qualquer tipo de contágio através do sangue. O tatuador Rodrigo de Araújo Assis que trabalha na área há quatro anos informa que apesar de pouco debatido é necessário falar sobre a biossegurança.

“É importante observar como é feito o procedimento antes da coleta ou se o ambiente de trabalho está seguindo regras da biossegurança. Sim, a biossegurança é fundamental, assim como no meu trabalho de Tatuagem há contato com material perfurocortante. Pela Anvisa são tarefas relacionadas à Área de Saúde considerada de alto risco”, afirma.

Crédito: Júlia Nery Távora

“Poucas pessoas se atentam para tais informações e, sim, cabe aos profissionais disseminar informações baseadas em relação científica. Pois acontecem muitas objeções e comparações com coleta e tatuagem por conta da agulha.
As duas têm finalidades diferentes e manuseio claro, mas se identificam por ter algo em comum no processo evolutivo (a dor ou incômodo)”
, complementa.

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