l Fundado pelo jornalista Batista Custódio, veículo foi considerado como terceiro melhor do país pela Academia Brasileira de Letras (ABL) na década de 1980
Fundado em 12 de março de 1980, o Diário da Manhã é uma das mais longevas estruturas de comunicação do Brasil.
Veículo de comunicação que cobriu os mais importantes eventos de Goiás nos últimos 42 anos, ele segue no século 21 como lanterna que ilumina a esfera pública para que a sociedade civil debata, produza e externe pensamentos e reflexões que movimentam o Estado e mundo.
Na atual fase de produção informativa, o veículo se comporta como uma usina de notícias, reportagens, entrevistas e colunas, cujo mérito é o respeito ao direito à informação e o exercício da livre manifestação do pensamento.
Com uma equipe experiente de profissionais e porta sempre aberta para jovens em fase de aprendizado, o DM se caracteriza por ser veículo de comunicação impresso e digital, tendo ao longo dos anos figurado dentre os veículos que compõem os trends de motores de busca como Google e redes sociais como Twitter.

Presidente do Diário da Manhã, Júlio Nasser explica que a empresa tem procurado ampliar sua cobertura regional, com as edições DMAnápolis e DMSudoeste – versões do DM que atendem aos princípios da regionalização e produção de noticiário especializado, com foco na diversidade.
Pioneiro no Centro-Oeste no universo digital, online desde 1996, o portal do DM é um dos mais completos do país, com a oferta gratuita do conteúdo do jornalismo digital (o conteúdo flip do veículo impresso) e o webjornal (conteúdo jornalístico de produção característica para web, com hiperlinks, vídeos e conteúdos extras), além do DMTV.
Fundador do Diário da Manhã, o jornalista Batista Custódio, ao lado de Consuelo Nasser e uma equipe de notáveis, tornou o DM uma das redações mais expressivas do início da redemocratização brasileira.
Ele faz uso da palavra em editoriais durante ocasiões especiais, como nos períodos eleitorais ou diante de grandes crises e clamores históricos. Em 13 de maio de 2021, o jornalista publicou no site do DM “Luz Quebrada”, um artigo histórico com 86 páginas, em que o editorialista faz extensa análise sobre momentos históricos de Goiás e do Brasil dentre 2015 e início de 2019. O artigo tornou-se uma ‘tour de force’ para o leitor, que deve se desafiar a ir além dos textos vulgares das redes sociais e do jornalismo cuja fraqueza é “menos texto possível”. Adaptado para circular no Whatsapp por Orivaldo Jorge, engenheiro e professor aposentado da UFG, o texto viralizou um mensagens fortes e impactantes sobre uma era de extremos que exige uma ‘visita diária à consciência”.
A partir da influência de Batista Custódio, várias gerações de jornalistas se formaram nas redações do DM, tendo como regra a máxima de que jornalismo “não é profissão liberal, mas uma vocação”.
Nas palavras do fundador do veículo, é missão do jornalista agir com o máximo de imparcialidade, sem abraçar extremos de direita ou esquerda, mas agir com vocação, acurácia e objetividade para “pintar” a realidade com o máximo de realismo.
Ser objetivo não significa se isentar dos problemas sociais. Batista Custódio é o criador do caderno “Opinião Pública”, que, desde 2010, oferece espaço aberto para a sociedade opinar com responsabilidade, sem ferir a dignidade e honra. Em sua fase inicial, o caderno chegou a publicar diariamente 80 artigos e crônicas, em 24 páginas de standard.
Conforme Júlio Nasser, o veículo atravessa as turbulências do “espírito do tempo”, que trouxe inúmeras adversidades econômicas para a imprensa e veículos que retratam a realidade. Todavia, conforme o princípio, as dificuldades fortalecem os veículos que sobrevivem e caminham em busca da informação de qualidade. “O DM tem como missão guardar e registrar a história e os fatos de Goiás. Em uma era de fake news, optamos cada vez mais em valorizar a informação de qualidade, com o máximo de certeza e veracidade”, explica.
DM é filho das lutas do semanário “Cinco de Março”
Considerado divisor de águas da comunicação em Goiás, o jornal “Cinco de Março” foi o primeiro desafio dos jornalistas Batista Custódio e Consuelo Nasser, antes do surgimento do Diário da Manhã.
Grandes intelectuais e juristas passaram pelo impresso, caso do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), hoje advogado Castro Filho. O fundador Telmo de Faria e Marco Antônio da Silva Lemos, ex-desembargador no Distrito Federal, são outros lembrados como responsáveis por civilizar Goiás através de seus textos e iniciativas na imprensa.
Na década de 2000, o jornal teve toda a sua coleção microfilmada. Está à disposição de pesquisadores e comunidade na sede do Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central (IPEHBC), localizado no Setor Universitário. O jornal em papel e as cópias de segurança estão lacrados na Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO).
O “Cinco de Março” começou a circular em setembro de 1959. Na época, o nome do impresso era “Jornal do Estudante”. Dirigentes receberam a pecha de comunistas diante tamanha aproximação com os estudantes. Preso, Batista Custódio passou a ser vigiado pelo Serviço Nacional de Inteligência (SNI), o órgão de perseguição instituído pelos militares. “A gente passava a tarde toda correndo atrás de salvar vidas de jornalistas que estavam para serem mortos pelos militares”.
Com bastante humor, o veículo gostava de enfrentar poderosos. Estão nas páginas os bastidores, entrevistas bombásticas e ironias de ‘estudantes: o “Cinco de Março” já fazia questão de estampar páginas em branco para anunciar as “obras” dos governantes. O ‘branco’ revelava a importância dos políticos para a época.
As famílias das elites, em boa medida envolvidas na malversação dos recursos públicos, temiam a chegada do impresso. E quando não figuravam na capa davam um suspiro de alivio. O jornal era completamente diferente do que se fazia no estado, onde as outras mídias foram cooptadas pela ditadura.
Em setembro de 1979, pouco antes de começar seu segundo capítulo através do ‘Diário da Manhã’, o “O ‘Cinco de Março’ se calou e entrou para a história.
Ficaram manchetes que marcaram a história de Goiás e do Brasil. Em uma delas, “SPI: Flagelo de uma civilização”, o jornalista Roberto Gueudeville ganhou o prêmio Esso – a mais importante honraria jornalística do país naquela época. O outro premiado seria Mino Carta, com uma reportagem sobre São Paulo’. Cada um recebeu Cr$ 200 mil.
Roberto Gueudeville, em sua reportagem, realiza farta etnografia dos índios da Amazônia, revelando interesses ao redor das comunidades, pressionadas para uma situação de opressão.
Na década de 1960, chegou a vender 60 mil exemplares. Conforme o jornalista Walter Menezes, falecido em 2021, a venda na porta do Café Central, no Centro, às segundas-feiras, era um verdadeiro ritual. “Não dava para quem queria. Disputava no tapa”.
O slogan do impresso era “Os corruptos de Goiás têm o sono mais curto”. O ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson, recorda-se de que foi o “Cinco de Março” o único órgão de Goiás que apoiou os estudantes perseguidos no regime. “Em 1979, quatro meses antes do projeto da anistia, o jornal publicou a lista de quem foi cassado no Brasil”.
