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A importância do Dia da Síndrome de Down e o forte elo entre irmãos

Nesta segunda-feira, 21, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, data para conscientizar a população sobre a inclusão de pessoas que possuem a síndrome.

Além disso, a data foi proposta pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU), visto que o dia é escrito 21/3, representando a singularidade da trissomia do cromossomo 21, causador desta sequência genética.

Ao contrário do que muitos pensam, a Síndrome de Down não é uma doença. De acordo com o geneticista Juan Llerena Junior, é fundamental entendermos que síndrome é um termo que designa um conjunto de sinais e sintomas, não uma doença.

Uma pessoa portadora da síndrome, ao invés de possuir dois cromossomos no par 21, possui três, e ainda não se sabe por que isso acontece. Sabe-se até então que é um erro na divisão celular durante a divisão embrionária.

O jovem Gabriel Gonçalves Amaral, de 27 anos, é portador da síndrome, e como qualquer outra pessoa, pratica atividades e interage com quem está próximo, especialmente com a irmã Gabriela Amaral, de 31 anos.

Gabriela conta que os pais descobriram que Gabriel possuía tal condição quando nasceu, e que como ela tinha apenas quatro anos, não entendia muito bem o que o que se passava.

"Lembro da minha mãe me apresentando ele é dizendo que ele era especial em nossas vidas, e com o tempo fui entendendo (...) Lembro perfeitamente de vê-lo no berço do hospital, foi amor à primeira vista", conta.

Gabriel sempre fez acompanhamento desde criança com fonoaudióloga, fisioterapeuta e psicóloga no Centro De Atendimento Educacional Especializado Instituto Pestalozzi.

Quanto à educação, a irmã de Gabriel conta que nem sempre foi fácil, mas a presença da família no processo educacional dele foi fundamental.

"Percebemos desde cedo que precisarmos ter paciência. Ele aprendia as coisas mas de uma forma mais devagar. Ele já estudou em escola tradicional mas não se adaptou muito bem, aí mudou para escola especializada", diz.

A personalidade cativante de Gabriel e seu jeito sonhador quebraram as barreiras do preconceito enfrentado por ele e pela família ao longo dos anos. Gabriela conta que "ele sempre teve um bom relacionamento. Claro que sempre convivemos com o preconceito, mas ele tem uma personalidade muito cativante e sempre foi bom em fazer amizades".

Assim como qualquer jovem de 27 anos, Gabriel têm sua rotina e sonhos para o futuro.

Gabriel se intitula como Capitão Amaral, um de seus sonhos é ser policial. (Foto: Arquivo pessoal).

"Um dia quer ser lutador, no outro policial depende do dia (risos). Ele ama música, televisão e videogame. A rotina dele atualmente está mais em casa e está retornando aos poucos após pandemia. Ele faz caminhadas no parque com os nossos pais", afirma a irmã.

Gabriela Amaral e o irmão, Gabriel, sempre tiveram uma relação de muito amor e união. (Foto: Arquivo pessoal)

Os irmãos são muito próximos, e Gabriela conta que ela sempre teve um instinto de proteção em relação a ele.

"É um amor sem explicação. Com certeza a síndrome de Down interferiu, tem aquele instinto protetor aflorado tanto da minha parte como dos meus pais. Às vezes temos nossas divergências de irmão (risos), mas na maior parte é muito pareceria e amor", pontua.

Sobre o Dia Mundial da Síndrome de Down, Gabriela deixa um recado:

"Eu digo que as pessoas com síndrome de Down têm muito a nos ensinar e devemos lutar para que eles ganhem mais espaço e possamos aprender. Sonho por uma sociedade com mais inclusão para eles, e que tenham inúmeras oportunidades para realizarem os seus sonhos".

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