Cotidiano

A Goiânia dos ricos

Rariana Pinheiro

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 22:29 | Atualizado há 4 meses

Primeira reportagem da série “Goiânia e Seus Contrastes”, mostra a cidade de poucos: a dos endinheirados

Rariana Pinheiro

É tempo de falar de Goiânia, essa metrópole que, prestes a completar 89 anos, cresce para todos os lados, em um processo de contrastes evidentes. Relatório da ONU do ano passado, considerou Goiânia a capital mais desigual do país e a 10ª do mundo. Logo, é perceptível que a cidade seja diferente para seus moradores diversos. Para refletir suas especificidades, o DM lança hoje uma série de reportagens especiais que pretende entender as dinâmicas que envolvem o ser goianiense. Começamos pelos moradores mais ricos, os  endinheirados. Onde moram? Onde vão? quanto gastam? 

Celeiro dos principais astros do sertanejo, é em Goiânia que muitos deles, a exemplo de Leonardo e a nova geração de famosos como  Gusttavo Lima e Maiara e Maraísa,  escolheram viver. A força inesgotável do ritmo, aliada aos grandes empreendimentos e a força do agronegócio, fizeram a capital se preparar para acolher com luxo a população mais abastada. 

Um exemplo é que,  segundo dados da Associação de Desenvolvedores Urbanos (ADU), Goiânia é uma das cinco cidades brasileiras — e a primeira no Centro-Oeste — com o maior número de empreendimentos de condomínios horizontais. 

Um dos  mais desejados, no qual muitos dos famosos já citados escolheram viver, é o  condomínio Aldeia do Vale, com seus 96 alqueires, que abriga 18 lagos, com água corrente. É de lá que a influencer Virginia Fonseca tem seus quase 40 mil seguidores espalhados pelo Brasil, a comprar seus produtos e também despertar desejos ao perambular casa confortável, com direito  a natação com a filha bebê na piscina.

Tais luxos,  poucos podem ter. Em um site de vendas de casas do condomínio é possível encontrar propriedades na faixa de R$3 milhões a R$10 milhões. Por este último valor, dá para comprar um sobrado no mesmo local mobiliado, no estilo neoclássico com 5 suítes, portas e janelas automatizadas, área gourmet integrada com a piscina, entre várias outras comodidades.

Mas, os condomínios verticais de alto padrão também se destacam na cidade. Conforme o especialista em mercado imobiliário, Francisco de Paula, para este ano, a previsão de crescimento do mercado foi de 20% a 30%. “Temos presenciado a chegada de grandes marcas de luxo sendo incorporadas nas construções, bem como o nível das construções que não perde nada para São Paulo”, compara.

O que caracteriza esse calibre, segundo o especialista, é a exclusividade. “São compostos pelas tendências de mercado, assinados por nomes de notoriedade, seja na arquitetura, paisagismo e nas próprias marcas de luxo. Sofrem de uma enorme influência externa, como assuntos emergentes, além de possuírem relações com a tecnologia de diversas formas, e a sustentabilidade que está em alta”, argumenta.

Estes condomínios apresentam ambientes espaçosos, todos divididos de maneira inteligente, ainda que não sejam convencionais. “Outro fator que determina o alto padrão é sua localização privilegiada, uma vez que a região agrega muito valor a qualquer casa ou apartamento, podendo fazer seu preço se elevar ou diminuir.”

Assim, este tipo de empreendimento é mais comum em setores como Bela Vista, Setor Bueno e Setor Marista. Entre eles, há condomínios como o Casa Opus Vaca Brava, de quatro suítes, com vista de 270º para o parque. No Marista, há o famoso Victorian Living Design, que permite aos moradores estacionarem o carro no seu próprio andar. 

As áreas nobres, além de atrair os empreendimentos de alto padrão, trazem consigo mais estrutura para o setor. Um exemplo são as praças desses locais, que contam com parques para crianças bem estruturados em relação a outros setores.

Carros possantes 

Quando o assunto são os meios de locomoção dos endinheirados, de acordo com o editor de veículos do DM, Norton Luiz, há um mercado rico de carros considerados de luxo na capital. “Não é raro encontrar nas ruas carros acima de R$ 400 mil”, conta. 

Entre os preferidos dos ricos da Capital, Norton aponta veículos como Audi, (acima de R$400 mil), Jaguar  (em torno de R$ 500 mil), Porsche de R$ 600  a R$ 700 mil, BMW que custa em média R$ 400 a R$ 600 mil. “Enquanto o BMW e o Porsche, são carros mais esportivos que atraem um perfil mais jovem, o Audi já a preferência dos empresários com mais de 50 anos”, analisa.

Os veículos de luxo, Norton explica que são dotados de tecnologia e muito resistentes e possuem ainda controle de tração e estabilidade. “Se você pisca e sai da pista ele mesmo volta e também possuem frenagem de emergência. São conectados à internet e atendem a comandos de voz. Assim é possível fazer o ar funcionar, sem acessar o seu interior. Pode ligar o ar antes de entrar no carro e quando for entrar, o ar já está bem refrigerado”, exemplifica.

Na capital, o colunista conta que há ainda algumas Ferraris, que podem custar cerca de R$ 2 milhões. “A Ferrari é praticamente toda manufaturada, feita a mão. Por isso é um carro muito exclusivo e caro”, detalha. 

Looks

Quando o assunto é moda, as classes A e B também podem contar com lojas que vendem as marcas mais badaladas do mundo fashion. Tem a Ivana Menezes que revende as marcas mais renomadas, como a Gucci. No Flamboyant é possível encontrar marcas Dolce Gabbana, Emporio Armani, Louis Vuitton e Bulgari. “Gucci vai abrir em breve”, adianta o colunista social do Sala Vip do DM, Rafael Garcia.

Tais lojas, certamente, devem atrair as chamadas socialites, um termo meio em desuso, mas que representa pessoas das camadas mais altas da sociedade, que se tornam referências pelo estilo requintado e são convidadas ou promovem eventos sociais e beneficentes.

Rafael ressalta que as socialites ainda existem e que seu lugar na sociedade não foi tomado pelos influencers. Entre as socialites goianienses ele destaca nomes como Lucilene Dutra, Andréia Aprigio, Helena Ribeiro, Cristiane Lobo Santos, Emanuelle Louza e Mônica Quinnan. “A diferença é que as influencers não têm dinheiro. É só pose”, ressalta. 

Entretenimento

   Restaurantes de gastronomia requintada no alto de prédios tem atraído atenção do público endinheirado

O colunista diz também que no quesito alta gastronomia, Goiânia está bem servida. Os locais mais disputados e que oferecem qualidade na culinária, são os restaurantes no alto de prédios. O Grá Bistrô e Rooftop, que funciona no alto de um dos prédios mais altos de Goiânia, o Órion Complex e o  Sky Gurume, no Setor Bueno, oferecem este tipo de tendência que alia a vista à gastronomia.

Outro local que Rafael destaca, apreciado pelos mais endinheirados, é um restaurante japonês que fica no Alphaville, DEKKI. “Também há o Íz Restaurant (Setor Marista), o 1929 Trattoria Moderna (Alameda Ricardo Paranhos)”, aponta.

Estes locais, são frequentados pela bacharel em Direito Wanessa Novato Curado, que também aprecia frequentar bares, como Caseratto (Setor Marista), Madalena Gastrobar (Marista). “Estes locais possuem bom atendimento, ótima culinária, ambiente agradável e bons vinhos”, elogia.

Wanessa, apesar de não se considerar uma socialite, pode dizer que está entre os mais abastados da capital. Mora em um condomínio fechado imponente e já teve a chance de conhecer diversos lugares do globo, como: Irlanda do Sul, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica, Noruega, Dinamarca, Holanda, Rússia, Áustria, Hungria, República Tcheca, Suíça, Marrocos, Índia , Emirados Árabes, entre vários outros. 

Wanessa Novato Curado aprecia frequentar bares e restaurantes da capital e viajar pelo mundo

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