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Dia do Nordestino: celebrando a identidade brasileira

O dia do Nordestino, celebrado neste 8 de outubro, além de homenagear a riqueza cultural da região, também celebra um povo, sua história, sua diversidade, a rica culinária, os costumes, a variedade linguística, entre outras singularidades.

A região nordeste, como o berço cultural brasileiro, também apresenta e representa em si mesma os tons do Brasil. Composto por 9 diferentes estados - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, o nordeste não está delimitado somente à própria região, pois há um nordestino em cada "canto" do mundo.

Instituída em 2009 pela Câmara Municipal de São Paulo (cidade que recebe há anos um fluxo intenso de migrantes nordestinos), mediante a lei 14.952, o dia foi escolhido em homenagem ao nascimento do cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, artista consagrado como um dos principais representantes da cultura nordestina.

Além das belezas naturais, do jeito de ser do povo acolhedor e trabalhador, da arte, da música e da literatura, o Nordeste também é berço de nomes importantes para a cultura brasileira, que se destacaram nas mais diversas áreas. Entre eles: o paraibano Ariano Suassuna, que criou o movimento Armorial em 1970, com o fim de valorizar as artes populares nordestinas; a cearense Raquel de Queiroz, a romancista e primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, 1977; o pernambucano Luiz Gonzaga, Rei do Baião, a alagoana Marta, rainha do futebol e seis vezes melhor do mundo; o baiano Popó, quatro vezes campeão mundial de boxe, e muitos outros.

Injustamente depreciado por muitos, o nordeste nem sempre foi vítima da desigualdade regional no Brasil, antes, sustentou o país por muito tempo como um dos setores mais prósperos da economia brasileira, o que continua verdade se aplicado ao capital cultural que se encontra na região. De acordo com o Historiador e Mestre em Educação, Vilmar Victor:

"Especialmente durante o auge do açúcar, ele (o nordeste) foi o grande sustentáculo da economia colonial. Sem o Nordeste provavelmente não haveria Brasil, pois Portugal, possivelmente, teria desistido do custoso negócio da colonização. Nosso açúcar foi o primeiro produto a dar lucros duradouros à Coroa Portuguesa em terras brasileiras.", disse.

Sobre as contribuições da região nordeste para a cultura do Brasil, o historiador comenta: "Elas são imensas. Desde a invenção do Nordeste enquanto ideia, com Gilberto Freyre, no Congresso Regionalista, no início do Século XX, a região contribuiu das mais diversas maneiras para a formação da cultura nacional. Escritores, músicos, intelectuais, culinária, artistas ligados à cultura popular. Ariano Suassuna, o abolicionista Joaquim Nabuco, Jorge Amado, Luiz Gonzaga. A lista é imensa. Desde 2012, inclusive, o frevo se tornou patrimônio imaterial da humanidade", afirmou.

Resta aos desinformados, enxergarem o Nordeste como lugar subdesenvolvido, mas a verdade dos fatos é que a região conta a história de um povo, surge de uma mistura étnica que nos remonta aos tempos coloniais, é heterogênia e diversa, um rico acervo histórico e cultural, espelho do que é o Brasil, espelho de quem é e de quem faz o Brasil, por isso o dia 8 de outubro, dia do nordestino, é também dia de celebrar a identidade brasileira.

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