Cotidiano

A dor da injustiça

Diário da Manhã

Publicado em 13 de novembro de 2016 às 01:17 | Atualizado há 8 anos

O  comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Ricardo Rocha, falou ontem sobre a operação que a Polícia Federal realizou na sexta-feira com seus desdobramentos e lamentou que mais uma vez tenha sido arrolado em um processo que considera “total injustiça”. Inteirado das acusações que lhe foram feitas, ele explicou que não se trata de nova fase da Operação Sexto Mandamento e rebateu todas as suspeitas que foram levantadas contra ele, inclusive negando que tivesse em seu poder os R$ 30 milhões como foi noticiado.

A Polícia Federal buscou-o em seu apartamento na manhã de sexta-feira e o levou para Brasília de forma coercitiva para que prestasse depoimento em uma investigação que apura suposta morte e ocultação de cadáveres de dois indivíduos em Alvorada do Norte. O caso foi federalizado a pedido do então deputado estadual Mauro Rubens, que buscava exposição na mídia à custa de acusações infundadas, levou o pedido para a Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Ao falar da família e de como mais uma vez foi buscado em casa por unidades da Polícia Federal, ele se emocionou e foi às lágrimas e disse que vive exclusivamente do serviço público que presta para a Polícia Militar há 26 anos, que vive de favores em um apartamento e que luta para dar exemplo de honradez e dignidade para sua família.

Ponto a ponto veja a entrevista de Ricardo Rocha

A investigação

Trata-se de uma investigação sobre o desaparecimento de dois indivíduos em Alvorada do Norte, onde fui comandante. A acusação é que nos reunimos com fazendeiros e pedimos dinheiro para executar pessoas, o que nunca aconteceu. Havia muitos roubos em fazendas na região e os proprietários rurais nos pediram ajuda para combater esses crimes. A reunião aconteceu com a presença do prefeito, do padre da cidade, dos vereadores e nós ofertamos uma viatura para fazer policiamento ostensivo. A prefeitura e o governo do Estado dariam uma contrapartida como combustível e banco de horas para os policiais atuarem. Muito curioso que ninguém mais foi acusado de execução nem ocultação de cadáver.

Negativa

O delegado da Polícia Federal que cuida do inquérito pediu minha condução coercitiva e meu afastamento da função pública. O Ministério Público Federal foi contra as duas medidas, mas o juiz deferiu apenas meu depoimento forçado, o que não era necessário, porque bastava um ofício para meu comandante que eu comparecesse e prestasse os esclarecimentos necessários. Se houvesse alguma possibilidade de prova, eles teriam pedido minha prisão preventiva de cara. Além do mais foi um gasto desnecessário do dinheiro público um grande efetivo de policiais para vir a Goiânia me buscar e levar para Brasília e o povo paga por essa pirotecnia. Não precisava da metade disso. Eu sou tenente-coronel da Polícia Militar de Goiás, comando o policiamento na capital do Estado, tenho endereço fixo e residência conhecida, o que garante minha presença em qualquer ato processual.

Os R$ 30 milhões

Eu sou profissional há 26 anos como oficial. Tenho esposa e duas filhas. Vivo do meu rendimento como funcionário público e não trabalho em outra coisa. Se tivessem feito uma investigação séria teriam meu sigilo bancário e fiscal nas mãos. Mas, estão querendo imputar uma responsabilidade que não me diz respeito.

Meu trabalho

Eu fui absolvido sumariamente em todos os processos que respondi e não devo nada do que me acusam. Tenho senso de justiça e sei que vou ficar livre de tudo isto. Se querem me conhecer basta perguntar por mim nas cidades por onde trabalhei e ninguém dirá nada que me desabone, ao contrário, sou querido em todos os lugares.

O inquérito

Esse inquérito não faz parte da Operação Sexto Mandamento, que investigava possível formação de um grupo de extermínio. Essa investigação que foi colocada agora não faz parte daquela operação, mas está há mais de cinco anos tramitando após o deputado Mauro Ruben, do PT, ter feito denúncia para a Justiça Federal. Coisa sem nexo e sem fundamento. Eu não participei da morte de nenhum dessas supostas vítimas nem determinei sua execução, se realmente ocorreu. A Polícia Federal apresentou um relatório mentiroso a fim de se livrar do inquérito que tinha nas mãos e que não conseguiu provar nada.

O oficial Ricardo Rocha

Eu tenho honra profissional e ando de cabeça erguida perante meus comandantes e meus comandados. Tenho honra e orgulho de andar de cabeça erguida com minha família e meus amigos. Respeito e sou respeitado por todos como profissional e como pessoa honrada. Vivo para minha família e para minha corporação. Não vou esmorecer e sei que a Justiça será feita.

 

 


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