“A Globo é parceira do diabo”
Redação DM
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 23:54 | Atualizado há 6 meses
Padre Luiz Augusto, da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia, é um clérigo que tem se destacado por seus posicionamentos polêmicos. Em entrevista ao Diário da Manhã, ele disse que “Bolsonaro tem coragem e determinação de escolher a família como dom de Deus, escolher a fé e lutar contra aquilo que é contrário à vida”. Sobre a vida cristã, disse que “quem não reza vira bicho. Hoje o mundo se tornou um jardim zoológico”. Também o padre avalia que “as pessoas têm vivido personagens. Muitos frequentam a igreja por status”, e ainda entende que “o brasileiro é um povo sem identidade”. Finalmente, ele afirma: “Vejo muita hipocrisia sobretudo na Rede Globo. Ela é parceira do diabo. É inaceitável usar do poder que ela tem para forçar opiniões. Se algum dia fosse governador ou presidente, iria cortar toda a ajuda financeira às emissoras de televisão. Não é possível o governante sustentar o luxo das emissoras”. Confira a entrevista na íntegra:
ENTREVISTA
DM: Por que Bolsonaro?
Padre Luiz: “Porque precisamos ter valores. Ele é um homem que mostra firmeza. Tem as suas dificuldades como todo ser humano. Mas tem coragem e determinação de escolher a família como dom de Deus, escolher a fé, de lutar contra aquilo que é contrário à vida. Tem coragem de dizer homem é homem, mulher é mulher, e isso não é preconceito, é realidade, é algo objetivo. Ele não faz alianças como os outros políticos fazem. Então, se existe uma pessoa que vai trazer novidade e renovação, é ele. Toda mudança mexe conosco, e é preciso que mexa realmente. Ele fez a decisão pelo reino de Deus, pela família que é um dom. Isso são valores, e os valores impedem que façamos as coisas do nosso jeito”.
DM: Vivemos uma hipocrisia?
Padre Luiz: “O que eu vejo é muita hipocrisia, sobretudo da Rede Globo, bem como das pessoas. Ainda ontem me lembrava do Delegado Waldir em Goiás. Ele foi eleito por que? Qual foi a propaganda dele na época? Ele mostrava um 38 com as mãos e foi o Deputado Federal mais votado em 2014. Isso prova como as pessoas são hipócritas. Agora se eu digo que não concordo com a atitude do homosexual, não significa que sou contra a pessoa, mas não vou acolher esta atitude porque ela é contrária aos ensinamentos bíblicos. Também, sobre a discriminação, quem a criou foi o PT. Depois do PT virou um peteco. É cota para negro, etc. O negro não é gente? O Pelé não foi o rei do futebol? Ele teve cota para ser rei? Então, às vezes a política começa a criar situações até para colocar a pessoa como minoria, pois é assim que eles vivem. O que observei foi que tudo o que o PT pregou fez diferente. O partido dizia que faria uma jornada menor de trabalho para o trabalhador, que iria estipular um salário justo–pelo contrário. Os trabalhadores na gestão do PT perderam tudo. O tempo de aposentadoria ficou maior. Quem tem bom senso independente de partido político olha para o que o PT fez. Não só com relação à família, pois ele acabou com tudo. As pessoas entram em assuntos desnecessário para agradar um grupo. Na verdade é a mentalidade de quem não tem noção, nem de Deus muito menos da família”.
DM: O que tem a dizer sobre o hdomossexualismo?
Padre Luiz: “Imagina que eu tenho um filho que diz: ‘pai, eu tenho tendência homossexual’. O pai vai dizer: ‘vamos conversar, eu vou te ajudar’. Ter a tendência é uma coisa. Porém viver com outro homem como se fossem marido e mulher é outra coisa. As pessoas querem coisas imediatas, para ninguém sentir-se ‘mal’, como se as pessoas fossem preconceituosas. Não é isso. É sim sim, não não.
Olhe o Bolsonaro: uma pessoa que nãofezaliançanenhuma. Como pode haver renovação se todos fazem alianças para permanecer no poder? Todos querem poder. Olha o absurdo que acontece no Brasil, e só aqui: o PC do B fazer aliança com o PSDB. Isso é tão incoerente, que não tem condição. Veja o Ciro Gomes por exemplo: quando foi casado com a Patrícia Pillar, batia nela. Diferentemente, a ex-mulher do Bolsonaro está fazendo campanha para ele. Se ele fosse uma pessoa ruim, ela estaria fazendo campanha para ele? Você se lembra que a ex-mulher do Lula foi para o jornal falar mal dele? A primeira mulher, antes da Marisa, foi para o jornal, falou na imprensa. As pessoas precisam se lembrar”.
DM: Quais são os posicionamentos da igreja?
Padre Luiz: “Nós temos um posicionamento. Não à ideologia de gênero, não ao aborto, não a tudo aquilo que fere a família, não a tudo aquilo que não é justo e verdadeiro. Ter dificuldades e defeitos todo mundo tem. Mas o mais importante são as propostas, a clareza e a coragem de dizer, porque alguns ficam em cima do muro. Eles agem assim: ‘se eu disser que sou a favor, ele vai ficar contra mim’. Se você pergunta e a pessoas está do outro lado, ele muda de lado porque tem que aprovar algo de seu interesse. Então é uma hipocrisia. Agora ainda mais, porque sustentada pela rede globo. A rede Globo é parceira do diabo. Não tem condição de tanta hipocrisia em ficar usando o poder que tem para forçar opiniões, etc. Se um dia eu fosse governador do estado ou presidente eu iria cortar toda a ajuda às emissoras de TV. Eles teriam que viver do jeito delas. Não é possível que o governo sustente o luxo das emissoras de televisão, que trazem porcaria para dentro da nossa casa. O governo tem que sustentar o povo. Há que se ter posição e clareza. Precisamos ficar mais firmes e decididos. Agora é a hora. Não dá para esperar”.
DM: Então o senhor vê no Bolsonaro um rompimento com a atual estrutura?
Padre Luiz: “Ele é o único que não deve nada para ninguém. Veja bem: as alianças são feitas para ajustar interesses dos poderosos. Não se pensa no povo. Como um país de alianças entre partidos de ideologias completamente diferentes irá ter solução?”
DM: O senhor considera esse governo do Michel Temer opressor?
Padre Luiz: “Sim. Olha o preço da gasolina! Eles querem o poder pelo poder. Isso nunca mudou. Eu trabalho o tempo inteiro. Não paro. Faço visita a hospitais o tempo todo, de Aparecida de Goiânia ou de Goiânia e vejo a necessidade do povo. O povo está em sofrimento. Há algumas pessoas que têm coragem de ser candidatas, com um histórico de ter feito o mal às pessoas. Não vou dizer o nome, mas fico abismado com a coragem dessa gente. É uma vergonha ter coragem de se candidatar até pela idade avançada que possuem. As pessoas estão perdendo a lucidez das coisas. Cria-se um slogan: ‘ele é machista’, só porque ele se posicionou como homem. A palavra de Deus é muito clara: o homem é cabeça e a mulher deve ser submissa. E continua: ame sua mulher como Cristo ama a igreja. Se existe essa relação de amor e respeito, não há nada de machismo nem de feminismo. A mulher dizer que é dona do seu corpo? Quem a fez foi Deus. Não há que se aceitar que ela mate um feto quando quiser. O pessoas são hipócritas, estão perdendo a lucidez. Fico mais preocupado com o discurso da esquerda: é um discurso sem fundamento e agressivo. Se fosse um candidato da esquerda que tivesse sido esfaqueado, eles teriam ido até o Congresso Nacional e quebrado tudo. Depois o Bolsonaro é que é o agressivo. É um absurdo ouvir de pessoas que frequentam a igreja que o atentado foi armação. Alguém iria inventar que foi esfaqueado? A situação dele é gravíssima. As pessoas não têm lucidez nem para discernir isso. Querem viver conforme o seu pensamento e não conforme do direcionamento de Deus”.
DM: O senhor defende que há um Deus soberano e que as pessoas sem ele se perdem?
Padre Luiz: “Sim. Quem não reza vira bicho. Nós somos um jardim zoológico hoje. As pessoas precisam rezar mais. Há muita gente que vem na igreja por status social. As pessoas têm vivido personagens. Na igreja eu ajo de um jeito, lá fora, de outro. O brasileiro é um povo sem identidade. A nossa paróquia será a primeira a acolher venezuelanos, porque assumimos responsabilidades. Nossa paróquia serve ao povo. Temos atendimento de médicos dermatologistas, cardiologistas, tudo de graça. Temos dois consultórios odontológicos e servimos café da manhã todos os dias. Recebo as pessoas todos os dias para se confessarem, pela manhã até à noite. Trabalho de 17:00 h à 18:00 horas todos os dias. Celebro missa todos os dias, a partir das 6:30 h da manhã. Isso é assumir responsabilidade: é vocação. É chamado”.
DM: Em que consiste essa vocação?
Padre Luiz: “A minha vocação como de qualquer outra pessoa que dedica a vida a Deus é serviço, é doação. Jesus veio para servir, para quem estava doente, para quem é pecador, mas Jesus sempre disse: vai e não peques mais. Ele disse: ‘você é prostituta, se arrependa e não peques mais’. As pessoas dizem: ‘Deus vê o coração’. De fato. Ele vê o coração falso como nós temos. A boca fala do que o coração está cheio. O que eu vejo é que os partidos políticos brigam pelas alianças não para servir ao povo. As alianças com partidos contrários são feitas apenas para que o poder seja alcançado”. Olha como é a ideologia do mundo: ‘Eu preciso ter dinheiro para ter poder por causa do dinheiro’. Uma tríade: dinheiro-poder-dinheiro. O reino de Deus é tudo ao contrário: o menor no reino de Deus é aquele que não serve. O maior é aquele que serve. Acontece que quando eu me torno governador, eu sou servido, com tapete vermelho e tudo. O certo é servir. Olha que absurdo: um deputado ganha muito, e ainda tem motorista, enquanto um pai de família ganha um salário mínimo. Isso é inaceitável”.
DM: Qual a avaliação que o senhor faz dos dias atuais?
Padre Luiz: “As pessoas estão vivendo em miséria, a ponto de não conseguirem pagar uma consulta. A obrigação da igreja seria outra, mas a miséria do povo nos faz assumir responsabilidades que seriam do Estado, embora entendamos que se cuidamos da alma, devemos cuidar do corpo também, por isso os consultórios odontológicos e as consultas médicas gratuitas, uma quadra de esportes para servir aos adolescentes. Se a paróquia pode fazer isso, porque o Estado não faz? Eles têm dinheiro pra isso. E quando pedimos ajuda, eles negam. Quem abraça a nossa causa são os paroquianos, a comunidade. Essa é a graça que faz acontecer. O poder tem que ser o poder de serviço. Quando uma pessoa se torna governador, manda em tudo. A primeira dama vira uma rainha. Eles não andam pela cidade para ver a miséria do povo. Eu queria que um governante pudesse andar comigo na quarta-feira onde eu ando, nas casas, nos hospitais, para não ficar com um discurso vazio. Eu tenho autoridade para falar todas essas coisas porque eu estou vendo a realidade do dia-a-dia. Eu sei o que está acontecendo. Ao contrário, todos estão lutando pelo poder. Hipocrisia tem limite.
DM: Qual a avaliação que o senhor faz do Brasil?
Padre Luiz: “O Brasil perdeu totalmente a noção de realidade, perdeu a lucidez, e insiste ficar na cegueira por ideologia apenas ou por interesse próprio. Os eleitores estão fazendo trocas por votos: ou por emprego, ou por viagens, o que é sem noção. As decisões que eu tomo aqui sempre são visando o melhor para o próximo segundo o coração de Deus. A hora é agora. As pessoas precisam ter noção das coisa básicas: homem é homem, mulher é mulher, pai é pai, mãe é mãe, filho é filho. Cada um com seu papel, no seu lugar, com a sua dignidade, respeitando a pessoa mas não aceitando a atitude contrária à vida. O que vemos é uma sociedade esquizofrênica: pais reféns de filhos, filhos desamparados, sem amor, sem estrutura. Querem acabar com a família. Ao contrário, temos é que acabar com essa coisa de partidarismo e ter lucidez. Temos que ter atitude. Chega de discurso”.
As pessoas têm vivido personagens. Muitos frequentam a igreja por status
O brasileiro é um povo sem identidade
Quem não reza vira bicho. Hoje o mundo se tornou um jardim zoológico
Bolsonaro tem coragem e determinação de escolher a família como dom de Deus, a fé e lutar contra aquilo que é contrário à vida