Cotidiano

A mulher como um sinônimo de luta

Diário da Manhã

Publicado em 8 de março de 2018 às 01:48 | Atualizado há 7 anos

 

Superando preconceitos e bar­reiras sociais, sem medo de ser cada vez melhores no que fazem por meio de muito trabalho, as mu­lheres, cada vez mais, estão em to­das as áreas e não se deixam inti­midar por ambientes tidos como masculinos. Em entrevista à repor­tagem do Diário da Manhã, a presi­dente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB­-GO), a professora Ailma Maria de Oliveira, reafirma a importância da unidade de ação entre homens e mulheres na construção de uma sociedade melhor e mais justa.

“A luta das mulheres deve ser valorizada cotidianamente. Ne­cessitamos de um mundo em que haja reconhecimento de que somos nós, mulheres, não só a maioria numérica da população, como também somos mãe, irmã, filha de toda a outra parte”.

Para Ailma, a semana do 8 de março, Dia Internacional da Mu­lher, celebrado hoje, não pode ser apenas de homenagens e soleni­dades às mulheres. Ela acredita ser fundamental a existência de uma organização em que mulheres e homens se unam. Isso porque, ela observa, ao longo da história a mulher tem buscado encontrar um espaço em que ela tenha uma identidade própria, no sentido de se afirmar enquanto detentoras de protagonismo social, nas diversas instâncias de poder.

“Vivenciamos hoje a necessi­dade do reconhecimento das lu­tas travadas ao longo da história, em que as mulheres deixam o pro­tagonismo do lar para ocupar ou­tras esferas de atuação em que es­tas têm tido a oportunidade de se destacarem enquanto pessoa au­tônoma, independente e capaz de realizar múltiplas tarefas tanto no mercado de trabalho como no meio científico e político”.

Ailma menciona que uma parce­la significativa das mulheres ainda é dona de casa, mãe e exerce diversas profissões com maestria. Destaca que, em alguns países e Estados do Brasil, as mulheres governam e são referências na administração públi­ca e no parlamento por não se en­volverem em corrupção.

“Existem pesquisas que com­provam que na América Latina, onde as mulheres ocuparam es­paço, pode estar provado o menor índice de desvio dos recursos pú­blicos. Isso é muito importante e deve ser mais investigado, pois vi­vemos um momento ímpar do País em que a primeira mulher eleita, democraticamente, foi afastada da presidência da República e nada fi­cou comprovado contra ela”.

Sobre a importância do papel da mulher na construção de uma sociedade mais igualitária, Ail­ma, enquanto presidenta da CTB e em parceria com outras mulhe­res, decidiu criar o título “Consue­lo Nasser” que será entregue hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, às 19h, no Auditório Jai­me Câmara, localizado na Câma­ra Municipal de Goiânia, a cento e cinquenta pessoas que se des­tacaram no protagonismo da luta emancipacionista em Goiás.

Ela descreve que receberão o tí­tulo lideranças classistas do mun­do sindical, autoridades da política goiana, donas de casa, professoras e empresários. “A entrega de títu­los para cem mulheres e cinquen­ta homens busca garantir uma cota de gênero tão defendida pelas femi­nistas, bem como objetiva trazer os homens para a luta do 8 de março. Esperamos que, nos próximos dias e anos, possamos, de fato, construir essa sociedade mais plural e demo­crática, tão almejada”.

TÍTULO

Ailma explica que as razões do nome do título que será entregue hoje, 8 de março, ser Consuelo Nas­ser reflete a representatividade de Consuelo na luta por uma socieda­de mais igualitária. Ela conta que conheceu Consuelo na década de 90, quando coordenava um grupo de combate ao suicídio e Consuelo Nasser era filiada ao PCdoB, parti­do que Ailma defende.

“Naquela época muitos jo­vens, estudantes da região do Novo Horizonte, cometeram suicídio, ocasião em que decidi criar o grupo intitulado ‘A Vida em Primeiro Lugar’. Consuelo enviou na época repórteres para conhecer o grupo e fez divulga­ções do trabalho que realizamos. Essa foi uma iniciativa muito im­portante, pois conseguimos êxito no trabalho que desenvolvemos e sou extremamente grata a ela, não só por isso como também pela luta que ela implementou durante toda sua vida em defe­sa das mulheres e de um mun­do melhor. Esse título faz jus ao nome dessa guerreira”, conclui.


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