Cotidiano

Afluente do Araguaia está sem água

Diário da Manhã

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 02:32 | Atualizado há 4 meses

A Cidade de Goiás, fundada em 1736 e que serviu como capital do Estado, está acompanhando o definhamento de seus rios, como o Bagagem e o Bacalhau, nas últimas semanas. Banhando o Balneário e Clube Santo Antônio, destinado a ecoturismo e lazer, o leito do rio surpreende pelos pedrais praticamente sem água. Os frequentadores do clube, que fica na GO-070 km 5, saída de Vila Boa para Goiânia, podem percorrer o leito do Bagagem sem pisar numa gota d’água.

Esses rios, afluentes da Bacia do Araguaia e que banham a antiga capital, detêm uma longa história, desde a descoberta do lugar pelos bandeirantes em busca das esmeraldas e do ouro. É berço dos índios acroás, xacriabás, xavantes, caiapós e dos javaé. Serviu como capital até a criação de Goiânia por Pedro Ludovico Teixeira. Desde Mauro Borges, anualmente a cidade sedia por curto período o governo do Estado. Vila Boa, denominação carinhosa da cidade, promove também a cada ano a Procissão do Fogaréu, que reúne cristãos de diferentes Estados e nações. Possui, além do mais, uma rica história.

As causas básicas do fenômeno do baixo nível das águas são atribuídas à interferência do fator humano, num primeiro plano, na visão de Marcos Cabral, da Superintendência do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Num segundo plano, entende que o clima atual está provocando o retardamento das chuvas e afetando a seca dos recursos hídricos e, por último, o desmatamento e as queimadas. “Na verdade, este desajuste se verifica em outros rios do Estado”, observa, citando Anápolis, onde a falta d’água chega mais cedo este ano.

Os mananciais estão sendo afetados, segundo ele. A ocupação do solo se verifica sem comprometimento com a questão ambiental. Em sua opinião, as pastagens vão ocupando espaço e prejudicando a vazão das águas com o desmatamento do Cerrado. O lençol freático é prejudicado com os rios e córregos interrompidos. Cabral vê possibilidade de convivência com a pecuária, mas com o produtor adotando sistemas de proteção do solo para reter a água, promover curvas de nível nas áreas de pastagem e assoreamento.

Patrimônio da Humanidade

O Wikipédia ajuda a demonstrar o que seja a cidade reconhecida pela Unesco como patrimônio da Humanidade. Os turistas são atraídos a Vila Boa em decorrência da Casa de Bartolomeu Bueno: residência histórica do Anhanguera, a sua fachada conserva as características do estilo colonial. Chafariz de Cauda: localizado no Largo do Chafariz, é uma construção com padrões do século XVIII (1778). Igreja de Nossa Senhora do Rosário: conhecida como antiga igreja dos pretos, foi demolida e reconstruída em estilo neogótico em 1934 pelos frades dominicanos oriundos da França. No seu interior, encontram-se afrescos realizados por Nazareno Confaloni na segunda metade do século XX, precursor do Modernismo no Estado de Goiás e fundador da Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiás.

Catedral de Santana: localizada na Praça do Coreto, é um edifício feito de adobe e recém-restaurado. Igreja Nossa Senhora da Abadia: capela do século XVIII, tem afrescos no teto. Igreja de Santa Bárbara: apresenta retratos de compositores goianos do século XIX feitos pelo artista Amaury Meneses. Igreja Nossa Senhora do Carmo: edifício que é sede da Irmandade Senhor Jesus dos Passos. Mosteiro da Anunciação: edifício religioso, no qual os frades produzem artesanato de barro. Convento dos Padres Dominicanos: edifício do século XIX que guarda uma imagem de Nossa Senhora do Rosário, trazida por religiosos franceses. Foi o segundo convento da Ordem no Brasil, fazendo parte do plano que integraria os religiosos dominicanos ao norte do Brasil, passando por Uberaba, Goiás, Porto Nacional e chegando enfim à Conceição do Araguaia, no Pará. Quartel do Vigésimo Batalhão de Infantaria: De onde saíram soldados para a Guerra do Paraguai. Até o final da década de 1990, abrigou o 11º Tiro de Guerra do Exército Brasileiro.


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