Alto custo faz produtores descartarem aves
Redação DM
Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 13:16 | Atualizado há 7 meses
Os altos custos de produção levaram a Granja Loyola, uma das mais tradicionais do Estado, a descartar, ontem, cerca de 180 mil galinhas poedeiras de seu plantel em Hidrolândia, a 20 km de Goiânia. Altino Loyola, dono da granja, reuniu a imprensa para anunciar o surpreendente descarte e mostrar os galpões vazios e o carregamento das gaiolas de aves nos caminhões. O advento da pandemia provocou desgaste na ordem econômica, política e social de todo o mundo, reconhece o criador.
Bastante revoltado com o quadro inédito em sua vida, decorrentes dos preços dos insumos que dispararam, Altino preferiu se omitir na concessão de valores sobre os prejuízos causados. Segundo ele, a ração de milho sofreu reajuste de 80%, a soja acompanhou e o diesel aumentou mais de 100%.
Sua produção era de 500 mil ovos diários. “O ovo que vendo não paga nem a ração do plantel”, revela, observando que gasta 10 toneladas diárias de ração. Não vendo outra saída, partiu para o descarte. Altino manifesta a opinião de que outras granjas tendem a seguir o mesmo destino.

Por sua vez, os custos de produção de frangos de corte medidos pela Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa subiram 19,8% em 2021, na comparação com 2020 impactados principalmente pelo aumento nos gastos com alimentação. O custo de nutrição dos frangos de corte teve alta de 15,9% no período. O ICPFrango, índice de custos de produção de frangos de corte medido pela Cias/Embrapa, subiu 1,5% em dezembro ante novembro, para 403,53 pontos.
Veto da China atinge Itaberaí
O Ministério da Agricultura em Brasília confirmou que recebeu notificação pela Administração Geral de Alfândegas da China sobre a suspensão de importações de carne de frango de duas unidades brasileiras. A área técnica do Mapa discorda da decisão adotada pela autoridade sanitária da China e apresentará as informações técnicas para reverter a suspensão”, menciona o Mapa em nota.
As plantas brasileiras que tiveram as exportações de carne de frango para a China suspensas foram a unidade da Bello Alimentos em Itaquiraí (MS) e a unidade da São Salvador Alimentos em Itaberaí, em Goiás, segundo a Reuters.
A Associação Brasileira de Proteína Animal disse em nota que está apoiando o governo brasileiro e as empresas envolvidas nas tratativas para o rápido restabelecimento das habilitações para os chineses.
“A entidade reafirma os altos padrões de qualidade e sanitários estabelecidos por suas associadas, assim como no sistema de controle sanitário brasileiro”, expôs a ABPA.
A entidade disse que a suspensão das duas plantas não deverá ter impactos significativos nas exportações brasileiras de carne de frango, já que 43 plantas estão atualmente habilitadas a exportar a proteína para a China.