Amazon e Google sondam Goiás para instalar data centers sustentáveis
DM Redação
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 09:58 | Atualizado há 4 minutos
O estado de Goiás entrou no mapa estratégico de Amazon e Google para a instalação de novos data centers no Brasil. O diferencial da proposta goiana está em dois pilares: a oferta de biometano como fonte energética renovável e uma legislação inédita sobre inteligência artificial, que cria um ambiente regulatório favorável à inovação.
Segundo fontes ligadas às negociações, representantes do governo estadual participaram de encontros recentes com executivos das empresas em São Paulo. O objetivo foi apresentar Goiás como opção competitiva frente a outras regiões do país e até mesmo do exterior, onde esses empreendimentos normalmente disputam incentivos fiscais e infraestrutura.
Goiás é um dos maiores produtores nacionais de biometano, combustível derivado de resíduos orgânicos e considerado peça-chave para a transição energética. Para gigantes de tecnologia que enfrentam críticas sobre o alto consumo de energia de seus data centers, o apelo é claro, reduzir a pegada de carbono e associar suas marcas a práticas de sustentabilidade.
Outro trunfo goiano é a lei estadual sancionada em maio de 2025, que regulamenta o uso da inteligência artificial e prevê estímulos para a construção de infraestrutura tecnológica. A medida é vista como pioneira no país e reforça a imagem de Goiás como ambiente aberto à inovação.No plano federal, a expectativa é pela edição da Medida Provisória ReData, que deve reduzir a carga tributária sobre equipamentos de data center de 52% para 18%. O pacote de incentivos poderá ser determinante para atrair investimentos bilionários.
Embora a instalação de data centers costume gerar poucos empregos diretos após a fase de construção, o projeto poderia dinamizar a cadeia produtiva do biometano e fortalecer a imagem de Goiás como polo de tecnologia verde.Ainda assim, há desafios consideráveis. O funcionamento de data centers depende de infraestrutura elétrica robusta, logística eficiente e estabilidade regulatória. Questões ambientais e a viabilidade econômica do biometano em larga escala também estarão no centro das discussões.
A movimentação reflete uma disputa internacional cada vez mais acirrada por investimentos em data centers, peça-chave para serviços de nuvem, inteligência artificial e processamento de dados. Estados e países que oferecem energia limpa, incentivos fiscais e segurança jurídica têm maiores chances de atrair essas operações. Para Goiás, a eventual instalação desses empreendimentos significaria um salto de posicionamento no cenário tecnológico global.