Aplausos para homenagem ao papa Francisco
Diário da Manhã
Publicado em 8 de junho de 2017 às 01:50 | Atualizado há 4 meses
O projeto do deputado estadual Helio Sousa (PSDB) que concedeu título de cidadão goiano ao papa Francisco caiu no agrado dos parlamentares católicos. O deputado Humberto Aidar (PT), que comanda programa na Rede Católica de Rádio, diz que “a homenagem do Legislativo Goiano ao papa Francisco é justa e merecida, pois sua santidade tem renovado a fé e a esperança de milhões de católicos e inspirado também pessoas de outras manifestações religiosas com sua pregação em favor da paz, da tolerância e do entendimento entre os povos”.
O deputado Virmondes Cruvinel (PPS), que mantém ativa participação em grupos de jovens da Igreja Católica, felicitou o seu colega Helio de Sousa pela justeza da homenagem. “O papa Francisco inspira homens, mulheres, jovens e idosos a uma reflexão sobre a necessidade de mudanças para que a sociedade seja mais solidária e mais apegada a valores humanos e cristãos”, reflete.
A delegada Adriana Accorsi (PT) se declara fã do papa Francisco. Ela admira a coragem do pontífice, dizendo que é um exemplo a acolhida as mulheres mães solteiras na igreja e a discussão de temas que antes eram tabu, como por exemplo, o pedido de desculpas aos homossexuais, pelas perseguições sofridas em nome da igreja, e também o pedido de desculpas às famílias cujos filhos foram vítimas de abusos cometidos por integrantes do clero. “O papa Francisco recupera a confiança na igreja ao tratar temas que antes não eram enfrentados, contribuindo para o fim de vários tipos de preconceito”, opina.
Para o deputado Francisco Valle Júnior, “o papa Francisco, sem dúvida merece o título de cidadão mundial. Ele é um líder que tem interferido e influenciado positivamente, colaborado com o mundo moderno, com a sociedade moderna, não apenas aos católicos, mas acima de tudo tem sido uma referência para todo o mundo”. Além da carreira politica, Francisco Júnior é reconhecido pelo seu trabalho de evangelização na comunidade católica. Para ele, nada mais justo do que o papa Francisco ser homenageado com o título de Cidadão Goiano. “Espero muito e torço para que ele venha na Assembleia receber este título”, afirma.
O deputado Luis Cesar Bueno (PT), que iniciou sua militância pelas comunidades de base da igreja Católica, entende que Mário Bergóglio, o papa Francisco, rompe com vários dogmas que a igreja estabeleceu nas últimas décadas. Segundo Luis Cesar, partir da escolha do próprio nome, em homenagem a São Francisco, o papa retoma a opção da igreja pelos pobres, recuperando o trabalho da Teologia da Libertação, doutrina que foi muito perseguida pelo papa João Paulo II e pelo seu sucessor, Bento XVI, durante os anos em que estiveram à frente do Trono de São Pedro. “Ao condenar a especulação financeira e a destruição da legislação que protege o trabalho, o papa Francisco demonstra que o mundo não pode ser governando apenas pela vontade dos 1% mais ricos e que é missão de todos lutar por um mundo mais justo”, avalia.
Bruno Peixoto (PMDB) é um católico praticante. O deputado entende que a Assembleia Legislativa faz justo reconhecimento ao pontificado do papa Francisco através do projeto de seu colega Helio Sousa. “É preciso reconhecer as pessoas que fazem a diferença, e o papa Francisco é um líder de influência mundial, cujas mensagens tem trazido esperança a milhões e milhões de pessoas. É justo que este parlamento contribua para propagar a boa nova do papa Francisco através desta homenagem que é o reconhecimento da importância de sua pregação”, sustenta.
Pregação humanista
O papa Francisco faz uma defesa incansável da valorização do trabalho e dos trabalhadores. Numa de seus discursos mais assertivos, fez duras críticas ao modo pelo qual o capitalismo está organizado hoje no planeta. O papa comparou o tratamento que o sistema capitalista destina aos bancos daquele que é dispensado aos refugiados, que são uma emergência planetária: “O que acontece no mundo de hoje que, quando ocorre a bancarrota de um banco: imediatamente aparecem somas escandalosas para salvá-lo. Mas quando acontece esta bancarrota da humanidade não existe sequer uma milésima parte para salvar estes irmãos que sofrem tanto? E assim o Mediterrâneo transformou-se em um cemitério e não somente o Mediterrâneo…muitos cemitérios próximos aos muros, muros manchados de sangue inocente.”
A pregação foi feita no encerramento do III Encontro Mundial dos Movimentos Populares, realizado em novembro do ano passado, na sala Paulo VI, no Vaticano. O papa Francisco defendeu “a destinação universal dos bens” e convocou os movimentos sociais para um projeto de “refundar as democracias” e a não se conformarem a serem “atores secundários, ou pior, a meros administradores da miséria existente”.
Francisco denunciou a “internacional do dinheiro”, usando uma expressão de 1931 de Pio XI, afirmou que os ricos governam o mundo com “o chicote do medo” e que existe um “terrorismo de base que deriva do controle global do dinheiro sobre a terra e ameaça toda a humanidade”, acrescentando que “o sistema é terrorista”.