Cotidiano

Atenção ao pet na hora de enfrentar o luto

Redação DM

Publicado em 18 de junho de 2017 às 01:15 | Atualizado há 8 meses

Entender os animais não é fácil. Os cachorros que o digam. Cada um tem uma cabeça e cada cabeça, uma sentença. Com o advento da internet, acelerou o intercâmbio de informações que mostram os animais com sentimentos nem sempre percebidos pelos humanos. Geralmente, uma emoção torna-se viral na rede e fica impossível não perceber como eles são amáveis e fofos.

Não é mais raro se sensibilizar, por exemplo, com a atitude valente de pets que tentam defender seus donos nas maiores roubadas. Ou mesmo quando eles fazem questão de caminhar com o dono doente dentro de uma ambulância.

No mês passado, a morte do irreverente Kid Vinil–músico, jornalista e um dos autores de hits do rock anos 80–fez a sociedade perceber que os cachorros são, de fato, os “melhores e mais leais amigos do homens”.

A cena em que Cosmo, o golden retriever do músico Kid Vinil, é levado para o seu velório emocionou o país. Mas afinal, os cachorros estão preparados para enfrentar o luto, como ocorreu com Cosmo? Ou melhor dizendo: eles sentem, de fato, a morte dos “amigos” como nós, os humanos?

Especialistas em psicologia canina confirmam: os pets sofrem com a perda em caso de morte e precisam de momentos de passagem para superar a perda dos seus donos.

A veterinária Karina Mussolino, gerente técnica de uma clínica que atua em Goiânia, explica que a ausência é sentida e pode provocar reações inesperadas. “Pets têm sentimentos, podem sentir a falta de alguma pessoa ou de um outro bichinho que deixou de conviver com eles”, explica.

A regra de Karina é evitar que o animal fique sem ninguém por perto. “Evite, num primeiro momento, deixá-los sozinhos; pois eles precisam de companhia para não ficarem estagnados”.

Ela sugere mais passeios após o episódio. “Procure levar para passear e brincar, oferecer brinquedos e petiscos, para entreter e animar seu ambiente”, afirma a veterinária.

SAÚDE 

Conforme Luís Henrique de Paula, veterinário da Universidade Federal de Goiás (UFG), o melhor é dar carinho e sempre que possível atestar se o animal está bem. “Outro fator é perceber a saúde dele imediatamente ao luto. Cinco ou seis dias depois, você deve analisar se ele está ok. Por exemplo, um labrador costuma ser sapeca e pular sempre que qualquer pessoa chega. Se não fez isso, é necessário procurar um especialista”, diz.

Karina reforça que a dica para levar o ‘astral’ do bicho é deixar os brinquedos próximos. Esconder a ração do animal e botá-lo para encontrar seria uma das brincadeiras sugeridas pela especialista. Caminhar é também necessário.

Ela sugere que a falta de apetite e apatia podem indicar reações à ausência da pessoa querida que se foi. Para Karina, é correto a família inserir o pet no ritual de despedida – tanto em respeito ao morto quanto ao animal.

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