Cotidiano

Avança a criação do novo Sistema Brasileiro de Classificação de Carcaças Bovinas

Redação DM

Publicado em 15 de maio de 2018 às 03:22 | Atualizado há 7 anos

A proposta do setor produtivo para um novo sistema nacional de classificação e tipificação de car­caças bovinas foi o tema central da reunião da Comissão Nacional da Bovinocultura de Corte da Confe­deração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante a 84ª Ex­pozebu, em Uberaba (MG).

O modelo proposto é fruto do trabalho do grupo de discussão composto pela Associação Na­cional da Pecuária Intensiva (As­socon) Associação Brasileira de Angus (ABA), Associação dos Cria­dores de Nelore do Brasil (ACNB), Confederação da Agricultura e Pe­cuária do Brasil (CNA), Associa­ção Brasileira de Frigoríficos (Abra­frigo) e Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), com apoio de duas ins­tituições de reconhecida compe­tência: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), representa­da pelo prof. Sérgio Pflanzer, e Uni­versidade de São Paulo (USP), com a profa. Angélica Pereira.

O objetivo é criar um padrão único, auditável, para a classifica­ção das carcaças bovinas feita nas diversas unidades frigoríficas do País. “A partir dessa informação confiável, teremos condições de conhecer melhor o perfil da carca­ça produzida no Brasil e traçar ca­minhos para melhorar a produção de carne bovina como um todo”, ex­plica Alberto Pessina, presidente do Conselho de Administração da As­socon. A proposta é que o sistema de classificação e tipificação de car­caças tenha gestão compartilhada entre o produtor e a indústria.

VANTAGENS

O presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Nabih Amin El Aouar, ex­plica que a principal vantagem de ter regras claras e padronizadas para a classificação e a tipificação de car­caças é a criação de uniformidade com as indústrias que aderirem ao projeto. “Um sistema claro e confiá­vel possibilita nova oportunidade de referência para remuneração dos pecuaristas, além de ser uma im­portante ferramenta para organi­zação da cadeia produtiva da car­ne bovina”, informa Nabih.

De acordo com Fábio Medeiros, gerente do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasilei­ra de Angus, os principais ganhos desse processo que está se estru­turando é a padronização de crité­rios e o aumento da transparência no processo de classificação e tipi­ficação de carcaças no Brasil.

“É uma das primeiras constru­ções de consenso entre os elos da cadeia produtiva, podendo se tor­nar a porta de entrada para muitas outras construções coletivas. De um lado, temos as indústrias, e do outro, os produtores. Nesse proces­so, todos estão trabalhando juntos, buscando soluções para os garga­los do setor por meio de diálogos, resultando em propostas que be­neficiem toda a cadeia produtiva”, ressalta Medeiros.

A proposta prevê a adesão vo­luntária dos frigoríficos ao sistema, porém, uma vez aderidos os frigo­ríficos participantes deverão sub­meter à classificação 100% do aba­te. Além disso, a adesão ao novo sistema de classificação e tipifica­ção de carcaças bovinas será pré­-requisito para a normatização dos termos relacionados à atributos de qualidade utilizados na rotulagem de cortes bovinos.

A iniciativa proposta pelas en­tidades, já aprovada pela Câma­ra Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina em última reunião realizada no início do mês de abril, irá agora ser submetida à análise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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