Avião com 653 quilos de cocaína decolou de fazenda de ministro
Diário da Manhã
Publicado em 26 de junho de 2017 às 22:25 | Atualizado há 8 anos
O avião interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no domingo, 25, em Aragarças (GO), decolou da fazenda Itamarati Norte, que pertenceria a pessoas ligadas ao ministro da Agricultura e senador Blairo Maggi.
A assessoria de imprensa do Grupo Amaggi, que cuida dos negócios do ministro, confirmou a existência de uma fazenda com o mesmo nome divulgado pela FAB, mas nega relação da fazenda com o avião.
A apreensão de 653 quilos de cocaína ocorreu em Goiás, no município de Jussara. O destino final seria Santo Antonio do Leverger (MT), mas a FAB iniciou interceptação e exigiu o pouso da nave.
A Polícia Militar de Goiás (PM-GO) atuou na busca do bimotor que carregava a cocaína. Ao jornal “O Popular”, a PM chegou a afirmar que o valor da droga no mercado do crime poderia ultrapassar R$ 10 milhões.
Através do Graer (Grupo de Radiopatrulha Aérea), um dos braços da PM-GO, a polícia localizou a aeronave.
A FAB informa que avistou a aeronave suspeita em Aragarças (GO) e chegou a atirar após o piloto não atender as solicitações para pousar no aeródromo da cidade.
Conforme a FAB, o piloto do bimotor passou a ser considerado “hostil”, já que não pousou no município indicado, como requerido pelo agente que estava no Supertucano da força aérea.
VERSÃO
A Amaggi “tomou conhecimento do caso por meio da imprensa e aguarda o desenrolar das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias exatas em que ela – conforme afirma a FAB – teria pousado na Fazenda Itamarati e decolado a partir de uma de suas pistas”.
Em nota, a empresa diz que “não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas”.
Conforme a fazenda, localizada em Campo Novo do Parecis, a parte arrendada pela Amaggi conta com 11 pistas autorizadas para pouso eventual (apropriadas para a operação de aviões agrícolas, o que não demanda vigilância permanente) localizadas em pontos esparsos de 54,3 mil hectares de extensão.
De acordo com a assessoria da empresa que atua para o ministro, fazendas localizadas na região estão vulneráveis ao tráfico de drogas.