Cotidiano

Bailarina goiana comanda instituição de dança nacional

Redação DM

Publicado em 12 de abril de 2017 às 02:16 | Atualizado há 8 anos

Para alguns pode até ser surpresa, mas quem conhece o mundo da dança sabe que Goiás está muito bem representado, especialmente o balé clássico. Prova disso é o prestígio desfrutado pela bailarina Gisela Vaz, não só no Brasil, mas no mundo.
Eleita presidente do Conselho Brasileiro de Dança (CBDD), com mandato previsto até 2020, Gisela é a primeira goiana a ocupar o cargo desde a fundação da instituição em 1979. O feito não é pequeno, visto que alguns estados como os da região Sul do país e Rio de Janeiro são, por tradição, formadores de grandes bailarinos e sede de grandes escolas e companhias de dança.
A escolha de Gisela Vaz para o cargo é um sinal de que Goiás tem desbravado caminhos nesta que é uma das mais completas das artes. Desde a fundação do Studio Dançarte, escola fundada por ela e pela irmã, Ariadna Vaz, e pela mãe Eleusa Vaz, em 1986, Gisela vem desenvolvendo um currículo que nada fica devendo à grandes expoentes da dança mundial. Formada em ballet clássico pela Royal Academy of Dancing, ela especializou-se, ainda em diversas modalidades e estilos de dança em Nova York. Nos festivais nacionais e internacionais de dança, a bailarina goiana tem tido participação efetiva e de destaque como jurada e maitre de ballet.
Mas não é só dançando que Gisela tem sido destaque no mundo da dança, mas também como idealizadora de espetáculos. Hoje ela é reconhecida, no cenário mundial da dança como coreógrafa de várias cias de dança, tendo recebido prêmios em festivais renomados como New York City Dance Alliance quando, em 2007, conquistou o maior prêmio com a coreografia “Hamam”.

Metas

Para Gisela, enquanto estiver respondendo pelo CBDD, sua prioridade é melhorar a qualidade dos professores em todo o país. Para atingir esse objetivo vai investir na formação da categoria em todos os estados da federação. No momento ela explica que está elegendo os delegados estaduais do conselho. Para 2017 a 2020, a intenção é a realização de cursos de formação em todas as regiões do país. “No Brasil, a segunda maior arte é a dança, temos, então, que evidenciar isso mostrando uma dança cada vez mais técnica e com qualidade”, sentencia a bailarina.
A vida de Gisela Vaz em prol da dança é constantemente na estrada, visto que sempre é convidada para ser jurada em concursos pelo Brasil e mundo todo. Desses eventos e mais, de cursos que participa, Gisela tem se tornado referência, tendo, inclusive, sido convidada a assinar uma marca de sapatilhas de balé a ser desenvolvida por uma fabricante nacional de acessórios para dança.
Nem nas férias a bailarina dá um tempo das atividades. Ela ministra curso de férias e ensaia bailarinas. Foi o que aconteceu no último mês de janeiro, quando a bailarina esteve à frente dos chamados cursos de verão e profissionalizantes. Ela também participa de eventos internacionais. Em 2015 foi convidada especial do seminário para professores da American Academy of Ballet.
À frente ao CBDD, Gisela tem implementado novas diretrizes, estimulando a realização de festivais com o apoio do Conselho Brasileiro da Dança em diversos Estados. Essa medida foi criada para descentralizar a dança brasileira e oportunizar bailarinos, professores, diretores e coreógrafos a divulgarem seus trabalhos.
O estado já sente os reflexos dessas da presença de Gisela no CBDD. Só para 2017 estão previstas duas apresentações, sendo a primeira em maio com dois balés de repertórios (“Príncipe Igor” e “Carmem”), e a apresentação anual que lota um dos maiores teatros da capital, e, ainda, a realização da quinta edição do Festival Internacional de Dança de Goiás e de um musical de danças urbanas. Isso além de, mesmo em tempos de crise, ter acreditado no potencial do estado e estar abrindo mais uma unidade do Studio Dançarte, desta vez no Jardim Goiás.

CBDD

O Conselho Brasileiro da Dança – CBDD, uma associação sem fins lucrativos, organizada como instituição de direito privado e reconhecida nacional e internacionalmente, foi criado em 17 de setembro de 1979 por. Helba Nogueira. Como presidente do CBDD, ela alcançou grande notoriedade em 1982, quando foi eleita vice-presidente do Conselho Internacional da Dança (CID), representando a América Latina. Em sua gestão foi idealizado o Festival Internacional de Dança CBDD no Rio de Janeiro, uma mostra competitiva séria e de grande credibilidade, que revelou vários talentos brasileiros que dançam hoje em renomadas Companhias Internacionais.
Na linha de homenagens, criou a Medalha do Mérito Artístico da Dança, conferida à artistas do Brasil e exterior, entre eles: Maurice Bejart, Ana Botafogo, Cecília Kerche, Alicia Alonso, Galina Ulanova, Dalal Achcar, Tátiana Leskova e outros.
Ao longo desses anos o CBDD trouxe ao Brasil grandes estrelas mundiais para participarem de seus eventos e intermediou a seleção de bailarinos para representar o Brasil em importantes competições, dentre as quais: Prix de Lausane (Suiça); Youth America Ballet de Moscou (Rússia); Concurso Internacional de Varna (Bulgária); Concurso Internacional de Osaka (Japão), Certame Internacional de Ballet Y Danza (Argentina); Concurso Internacional de Trujillo (Peru) e Encuentro de La Danza – Rio de la Plata (Uruguai)
Durante esses 37 anos, o Conselho Brasileiro da Dança vem realizando intensas atividades em consonância com o objetivo de representar a dança brasileira em seus diversos segmentos bem como em suas relações com os diferentes órgãos e instituições.
O órgão intensifica o intercâmbio com outros países, promove o aprimoramento e profissionalização de bailarinos, professores e coreógrafos, através de cursos de graduação, contribui para preservar o legado cultural da dança brasileira; estimula o conhecimento e a prática da dança em todas suas formas, organiza e coordena eventos e realiza homenagens das personalidades em destaque dentro do universo da dança.

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