Brasil no centro da demanda mundial de alimentos
Redação DM
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 01:15 | Atualizado há 7 anos
Projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre o aumento da produção de alimentos até 2027, colocam o Brasil na liderança, com uma expansão esperada de 69% para a agropecuária brasileira nesse período de 10 anos. Em seguida, aparecem: Argentina, de onde se espera um crescimento de 44%, Rússia, com 34%; Índia com 28%; Austrália 22% de aumento e, por fim, Estados Unidos 12%.
Tais projeções futuras combinam com dados consolidados pela OMC – Organização Mundial do Comércio, com base numa série histórica da balança comercial de produtos agropecuários dos maiores produtores mundiais. Na análise do período 1990 a 2016, o Brasil ampliou seu superávit em 9 vezes, a Argentina em 5 vezes e os EUA teve queda de nove vezes. Na Ásia, a China passou de um excedente de US$ 2 bi para um déficit de US$ 80 bi.
“Todo esse desempenho exuberante exibido pelo agro brasileiro ao longo dos anos foi conseguido com base em ciência, tecnologia e competência do produtor, que tem um índice de subsídio que varia de 3% a 5%, contra uma média de 10% nos EUA, 15% na China, 20% na União Europeia e 30% na Indonésia”, afirma Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), que estará presidindo o Congresso Brasileiro do Agronegócio, na próxima segunda-feira, em São Paulo, cujo tema é “Exportar para Sustentar”, com a participação de mais de 800 inscritos, do Brasil e do Exterior, representando toda cadeia setorial.
A capital de São Paulo foi palco para Global Agribusiness Fórum 2018, o maior evento do agronegócio mundial, nos dias 23 e 24 de julho. Ministros, diplomatas, empresários e agentes do agronegócio dos cinco continentes discutiram as principais demandas do setor responsável pela alimentação mundial.
Presidente da Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco participou do GAF 2018, juntamente com uma comitiva de Goiás. Moresco destacou a preocupação com aumento da população mundial em 2050, que deverá atingir de 9,8 a 10 bilhões de pessoas, e como alimentá-las.
“O cenário que se desenha é que os países terão que aumentar a produtividade e as áreas cultivadas. Neste contexto, o Brasil tem um papel importante, pois deverá representar 40% desse total, visto que possui áreas em condições de produzir, bom clima, bom solo e espaço físico”, explica. A vantagem do Brasil, continua, é que não há necessidade de desmatar, visto que 23% do território nacional é de pastagem, enquanto 7% é voltado à agricultura.
Moresco também ressaltou a participação do ministro das relações exteriores da China, enfatizando que o Brasil é um grande parceiro e que há vontade de um acordo bilateral, visto que a China é o maior importador e o Brasil o maior exportador de produtos agrícolas no mundo. O acordo, afirma Moresco, passa pela carne e soja, dois produtos em que a China é o maior comprador do Brasil, mas alcança outros produtos.
Exportações em julho crescem 16,4%
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,2 bilhões em julho, com exportações de US$ 22,8 bilhões e importações de US$ 18,6 bilhões. Este é o segundo melhor saldo comercial para meses de julho da série histórica, atrás do que foi registrado em 2017, de US$ 6,3 bilhões. Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Em relação a julho de 2017, os embarques ao exterior tiveram crescimento de 16,4% pela média diária. De acordo com o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do MDIC, Herlon Brandão, no mês houve crescimento nas exportações de autopeças (331,7%), óleos brutos de petróleo (112,1%), soja (53,4%), minério de ferro (47%) e plataformas de petróleo (31,6%).
Já as importações tiveram crescimento de 42,7% pela média diária em relação a julho do ano passado. Brandão destacou que a compra de duas plataformas de petróleo de US$ 1,6 bilhão cada tiveram impacto nesse resultado.
No acumulado de 2018, quando comparado com igual período do ano anterior, houve crescimento de 83,7% na importação de bens de capital e aumento de 10,6% nas exportações de produtos básicos e de 4,3% de bens industrializados.
A previsão é que, em 2018, a balança comercial brasileira tenha um superávit comercial na casa dos US$ 50 bilhões.
De janeiro a julho, as exportações somaram US$ 136,5 bilhões e as importações, US$ 102,4 bilhões. O saldo comercial acumula superávit de US$ 34,1 bilhões.
No acumulado do ano, cresceram as exportações de produtos básicos (10,6%) e manufaturados (6,6%) e caíram as vendas de semimanufaturados (-1,4%).
Houve aumento na venda para a União Europeia (20,9%), América Central e Caribe (17,4%), Oceania (8,9%), Ásia (9,7%) e Mercosul (5,1%). Os principais países de destino das exportações brasileiras foram China (US$ 38,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 15,6 bilhões) e Argentina (US$ 10 bilhões).