Cotidiano

Bumlai confessa ter retirado empréstimo para o PT, mas inocenta Lula

Diário da Manhã

Publicado em 15 de dezembro de 2015 às 10:57 | Atualizado há 9 anos

SÃO PAULO — O pecuarista José Carlos Bumlai confessou ontem à Polícia Federal ter emprestado seu nome para que fosse retirado empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin para o Partido dos Trabalhadores. Por ser amigo do ex-presidente Lula, Bumlai afirmou que se sentiu “constrangido em negar”, pois o PT tinha muita força no cenário nacional e “não queria se indispor” com seus representantes.

O pecuarista desvinculou o ex-presidente Lula de qualquer envolvimento com o negócio. Disse que Lula é seu amigo, que se encontravam nos fins de semana, mas que tinham como regra não falar de assuntos políticos ou econômicos. Negou que tenha pedido a Lula que mantivesse qualquer diretor da Petrobras no cargo, referindo-se às informações de que teria pedido ao presidente para manter Nestor Cerveró na área Internacional. Cerveró acabou saindo. Disse ainda que recebia vários pedidos para repassar ao então presidente, mas nunca atendeu a nenhum deles. Ressaltou ainda que integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social a pedido de Lula porque tinha “conhecimento das questões agrícolas e de reforma agrária”.

Ao iniciar o depoimento, Bumlai manifestou seu desejo em “confessar os fatos” e corrigiu parte das informações de seu primeiro depoimento, quando negou que o empréstimo tenha sido feito para o PT.

PT pode ter usado laranjas, diz Bumlai

Segundo Bumlai, os negócios do banco Schahin com o PT não se limitaram ao empréstimo de R$ 12 milhões retirado em seu nome. Ele acredita que outros empréstimos foram tirados em nome de laranjas com o objetivo de formar “caixa 2” para campanhas do partido.

Bumlai afirmou à PF que Sandro Tordin, executivo do Banco Schahin, lhe disse que o empréstimo de R$ 12 milhões não seria quitado porque o Grupo Schahin queria “mantê-lo como refém” para obter negócios na Petrobras na área de sondas, por saber da amizade que ele mantinha com Lula. O pecuarista disse que sabia que a “estrutura da Petrobras era do PT”, ou seja, que o partido indicava grande parte dos nomes nos principais cargos.

. As investigações indicam desvios de R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT.

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