Cadê o gás que tava aqui?
Diário da Manhã
Publicado em 6 de junho de 2018 às 23:39 | Atualizado há 7 anos
A greve dos caminhoneiros, que ocasionou grande desabastecimento no País, acabou há uma semana, mas ainda hoje os reflexos do movimento afetam a economia. Segundo dados do Sinergás–Sindicato das Empresas Revendedoras de gás da região Centro-Oeste, 75% dos revendedores de gás no Estado de Goiás estão sem o produto para vender ao consumidor.
César Souza, proprietário de uma revenda na Vila Nova em Goiânia há 10 anos, diz que nunca viveu uma situação de desabastecimento igual a atual. “Ficamos uma semana sem gás na minha revenda durante a greve dos caminhoneiros. A greve acabou há uma semana mas até hoje a situação não se normalizou. Na sexta passada fomos abastecidos com 120 botijões de gás para atender uma fila de espera de 400 pessoas. Acabou tudo rapidinho. Estamos recebendo cerca de 120 botijões por dia e a fila de espera já tá chegando na casa de 500 pessoas diariamente. Não dá nem pro cheiro”, afirma o revendedor.
O comerciante diz ainda que muita gente está comprando mais de um botijão de gás e estocando o produto com medo de que a greve volte e falte gás no mercado. “Esta situação acaba complicando tudo já que a distribuidora limita a distribuição de gás por região”, frisa o revendedor.
O presidente do Sinergás, Zenildo Silva, confirma a versão do revendedor e pede a população que não compre mais de um botijão de gás. Zenildo afirma que não falta gás no mercado e que a reorganização da distribuição é uma questão de tempo. Nega também que os postos estão estocando botijões de gás para majorar os preços.
“Não existe isto. Nenhuma revendedora está escondendo gás. É uma questão de tempo a normalização da distribuição. Temos 3.500 postos de revenda de gás em todo o Estado de Goiás, destes, 75% por cento não tinha o produto nesta terça-feira. E a população está contribuindo para esta situação ao comprar mais de um botijão e estocar gás. Além dos consumidores normais, a distribuição é feita também em escolas, indústrias e hospitais. A regularização é uma questão de tempo, mais ou menos uma semana, mas se a população continuar estocando, pode durar até mais de 10 dias para normalizar a revenda de Gás em todo o Estado de Goiás”, afirma Zenildo.
O presidente do Sinergás diz ainda que a população tem que reagir contra donos de revenda que estão aproveitando da situação para majorar os preços do botijão de gás. De acordo com ele o preço do gás hoje em Goiás gira em torno de 70 a 80 reais. Acima disso, é caso de Procon, caso de polícia. Na semana passada alguns consumidores denunciaram que tinha revenda em Goiás vendendo o botijão de gás com valores entre 120 a 150 reais.