Cotidiano

Campo cobra maior segurança a Irapuan

Diário da Manhã

Publicado em 8 de março de 2018 às 02:19 | Atualizado há 7 anos

Os produtores se reuniram, na noite de terça-feira, com o secretá­rio da Segurança Pública, Irapuan Costa Júnior, na sede da Socieda­de Goiana de Pecuária e Agricul­tura (SGPA) e cobraram maior se­gurança nas propriedades rurais. Irapuan pediu maior aproxima­ção dos agropecuaristas com a Po­lícia Militar. E estabeleça um ca­nal mais estreito com os policiais, através do celular o uso do aplica­tivo Whatsapp para agilizar a co­municação e consequente deten­ção de bandidos no campo.

Tasso José Jayme, presidente da SGPA, dentro dessa linha, su­geriu uma relação mais estreita com as emissoras de rádio do mu­nicípio onde está a sua proprieda­de. “Assim, ele pode comunicar os eventuais furtos e roubos, o que pode facilitar o trabalho da polícia no combate ao crime”, observa. A constatação é de crescente mi­gração dos bandidos do meio ur­bano para o meio rural. Na mes­ma proporção, crescem os furtos e roubos nas fazendas, elevando o medo num ambiente anterior­mente saudável.

A Lei nº 10.826, de 22 de de­zembro de 2003, assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mereceu críticas do se­cretário da Segurança Pública. A lei dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Na­cional de Armas, define crimes e dá outras providências.

POPULAÇÃO DESARMADA

Na opinião de Irapuan Cos­ta Junior, que já exerceu as fun­ções de governador do Estado e senador da República, houve for­te conotação ideológica articula­da pela esquerda, para implantar a lei do desarmamento. Em sua conclusão, a medida provocou rigidez para o cidadão que não tem como se defender do ban­dido. “Este, sim, fortemente ar­mado”, opina, porque age fora da lei nem sofre os rigores da buro­cracia oficial para dispor de um simples porte de arma.

Tasso Jayme concorda com a manifestação do secretário. E lem­bra que, além de bem armado, ge­ralmente “também está bem in­formado”. Segundo o presidente da SGPA, quando o ladrão chega já conhece detalhes da proprieda­de. Wagner Miranda, presidente da Associação Goiana dos Cria­dores de Zebu (AGCZ), vê, por sua vez, a polícia “desaparelhada” e um efetivo policial insuficiente. Mas, concorda com a aliança do fazendeiro e a PM, sugerida por Irapuan Costa Júnior.

ROUBOS MAIS COMUNS

Eduardo Veras, vice-presiden­te da Faeg, por seu turno, entende que a receptação das mercado­rias e produtos merece atenção. “São comuns os roubos de defen­sivos agrícolas, mas está se tor­nando grave o roubo de gado”, acrescenta. Em sua visão, a Agro­defesa pode contribuir para con­ter abate clandestino e apurar o comprometimento de açougues na receptação de carnes.

Renê Pompeu de Pina sugere para maior segurança das proprie­dades rurais a formação de um gru­po de infor­mantes so­bre os furtos e assaltos. “E isto depen­de apenas de nós”, ma­nifesta. Um fundo foi su­gerido para ampliar a se­gurança no meio rural. Pedro Arraes, presidente da Ema­ter-Goiás, sugeriu algumas suges­tões na lei do desarmamento. Al­fredo Luiz Correia, presidente do Fundepec, fez considerações so­bre ganhos do presidiário.

José Caixeta, presidente do Sin­dicato Rural de Anápolis, falou so­bre patrulhamento via satélite. José Manoel Caixeta, presidente da Agrodefesa, disse que o banco de dados do organismo “pode di­ficultar a vida dos bandidos”, so­bretudo quando abatem animais e promovem a entrega aos açou­gues. Pode-se conjugar nesses es­forços a participação dos escritó­rios da Emater em praticamente todos os municípios goianos.

Para o secretário da Agricultu­ra, Flávio Camilo de Lima, o uso de drones pode contribuir para detec­tar o movimento de veículos e de pessoas estranhas nas fazendas. Flávio vê com bons olhos altera­ções no Código de Processo Penal com relação a maior período de punição aos infratores da lei. Au­gusto Gontijo defendeu o uso de armas pelos proprietários rurais.

O secretário Irapuan Costa Jú­nior reconhece a missão comple­xa e difícil, mas garantiu envidar maiores esforços objetivando de­volver maior tranquilidade à vida rural. Além da importância eco­nômica e social de produzir ali­mentos, ressaltado nos últimos PIBs, o ex-governador de Goiás está convencido de “que lugar de bandido é na cadeia”


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