Carnaval dos reclusos
Diário da Manhã
Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 01:47 | Atualizado há 4 meses
O Carnaval faz parte do calendário mundial, mas em nenhum outro país ganha a dimensão e a grandeza que conquistou no Brasil. Todos os anos milhões de turistas chegam ao país para participar da festa que começou no período colonial. O Carnaval se tornou uma tradição cultural e mercadológica, contudo, apesar de ser apreciado por muitos, há quem não curta a festança de tradição histórica.
A jornalista Raema de Castro Alves Ferreira considera que as festividades para comemorar o Carnaval, realizadas no interior, costumam ser mais interessantes que as programações dos grandes centros. No entanto, o festejo não lhe agrada porque considera pouco proveitoso participar do frevo que, em sua opinião, é regado de bebidas e comportamento tendentes à violência.
“Não gosto do carnaval porque é uma festa que não me atrai. Nos dias em que é comemorado não costumo sair de casa porque considero que a cidade fica mais propensa à violência devido a comportamento de pessoas que bebem e perdem o controle de como se comportar em grupos e até mesmo no trânsito”. Nesse Carnaval Raema planeja ficar em casa, curtir a família e ver bons filmes.
A estudante Bruna de Castro também tem seus motivos para não aprovar o frevo e é contundente ao afirmar que tem pouco apreço pelo Carnaval. “Em outras tempos diria que seria saudável sair e curtir o carnaval com a família e amigos, mas, hoje, prefiro ficar em casa ou curtir uma fazenda com os familiares. Viajar, ler, assistir filmes, e usar esse tempo pra refletir e descansar também são alternativas que curto”.
DORMIR
Ficar reclusa na opinião da estudante Rossana Pimenta Goulart ainda é a melhor opção. “O Carnaval para mim não passa de mais um feriado. Neste período, prefiro ficar reclusa, aproveitar para descansar, ficar comigo mesmo, bem como realizar coisas mais tranquilas e dormir muito. Se pudesse escolher outras alternativas optaria por conhecer outros países, como forma de conhecimento e distração”, avalia.
Durante os dias que o Brasil para em virtude da festa a estudante Sttefany Raiany Rodrigues Barbosa aproveita para estudar. “Aproveito a ocasião para ficar recluso e usar esse tempo para estudar e viajar para a fazenda”.
Na mesma toada segue a advogada Paula Pollini Silva Reis, que aproveita os dias para curtir a família. “Carnaval é uma época em que os brasileiros se divertem bastante, e para mim significa alguns dias para descanso. Não pretendo cair na folia, estarei na casa dos meus pais curtindo a família. Se pudesse escolher, sem dúvida, buscaria conhecer outros lugares”.
Para a costureira Maria Cleusa de Jesus essa uma celebração sem sentido.“Prefiro ficar em casa pois essa festa representa para mim uma celebração sem sentido, um bando de besta se matando atrás de um trio elétrico. Se pudesse escolher viajaria para o interior em que há tranquilidade”.
CURIOSA
Enquanto a maioria diz “não ao Carnaval” a estudante universitária Ana Júlia Godinho Godoy, 17 anos, avalia que o Carnaval é uma festividade um tanto curiosa, uma vez que o país todo para e aproveita a festa sem um motivo específico. “Acho interessante, além de ser uma festa bem típica brasileira que ficou conhecida mundialmente” define.
A jovem acredita que o mais importante é fazer o que gosta sem muitos preconceitos. “Acredito que podemos conciliar tudo. Então, poderia celebrar o carnaval em outra cidade, outro estado, além de dividir o tempo do feriado, curtir um pouco e descansar também”.
Ela encerra mencionando suas expectativas sobre se divertir no Carnaval, após atingir a maioridade. “Este é, provavelmente, o último ano que vou ficar mais reclusa. Assim que completar 18 anos quero aproveitar bem esses dias de festividade”.