Carrasco do sexo feminino
Redação DM
Publicado em 23 de novembro de 2015 às 20:57 | Atualizado há 5 mesesBurlington, dia 24 de novembro de 1946
Localizada no Estado de Vermont, o menos populoso dos Estados Unidos e também o mais rural, a cidade é um convite ao sossego. A região de clima temperado sempre proporciona invernos frios, atraindo casais em luas de mel ou em férias amorosas. Os “verdes montes” (Vermont vem da expressão francesa verts monts, em português, montes verdes) proporciona paisagens belas e banha os moradores em um cenário extremamente bucólico. Em contraste com o clima frio e a tranqüilidade que uma cidade do interior proporciona esta data em específico marca o nascimento de um dos indivíduos mais violentos que os Estados Unidos iriam conhecer, seu nome: Theodore Robert Cowell.
Tallahasse, dia 15 de janeiro de 1978
Theodore, que também é conhecido pela a alcunha de “Ted” Bundy, passa ao redor de uma república de estudantes mulheres da fraternidade Chi Omega. Ele acabara de fugir da cadeia onde esperava ser julgado por uma série de assassinatos às mulheres. Com certeza o local havia sido pensado antes e Ted sabia que o final daquela noite do primeiro semestre terminaria com sangue. De cabelos negros, charme nos olhos e uma conversa mole, o criminoso atraia suas vítimas através da sedução. Violentamente Ted matou duas jovens e feriu outras três e ainda conseguiu escapar. Mas a fuga do assassino não duraria tanto tempo.
Raiford, dia 24 de janeiro de 1989.
Ted Bundy caminha ao lado de alguns guardas pelos corredores do tribunal. Mais uma vez fora capturado e diferente da última ele sabe que não irá escapar. Alguns tentam justificar sua perversidade dizendo que o que acarretou toda a violência foi uma infância conturbada. Pode até existir uma ligação traumática (é claro), mas a maneira como este tratava às mulheres tem raiz em diversos distúrbios psicológicos e uma maldade agarrada na alma. Seu método era atrair jovens mulheres até seu carro, bater até que estas ficassem inconscientes e depois levá-las até um lugar reservado onde pudesse “aproveitar” sua falta de humanidade. A preferência de Ted são mulheres bonitas e de cabelos escuros, semelhantes às cheerleaders que animam estádios de futebol americano.
Ele chega ao local onde acontecerá o julgamento. Todos têm a absoluta certeza de que ele será condenado à morte, afinal foram diversos assassinatos e crimes brutais contra mulheres. O júri se retira para uma reunião nos fundos do tribunal, logo mais eles devem voltar com a deliberação, ou seja, o futuro de Ted. Talvez a decisão mais rápida da história, mas levaram 15 minutos para que chegassem a um veredicto: ele seria executado na cadeira elétrica.
Raiford, dia 24 de janeiro de 1989.
Algumas horas depois, por volta de 7h15, Ted se senta na cadeira elétrica. Do outro lado da rua onde o assassino era executado, algumas pessoas começam a se aglomerar. A quantidade de pessoas começa a aumentar e o clima de dança começa. Cerca de 2 mil foliões cantam, vibram e soltam fogos de artifício em comemoração à execução de Ted. Ironicamente, quando o carro fúnebre em cores brancas passou ao lado da multidão em festa, estes pararam a comemoração, se viraram para o veículo e começaram a bater palmas e mais palmas.
Por vários anos Ted Bundy foi uma figura que representou o tratamento violento do homem contra o sexo feminino. As várias vítimas que fez enquanto estava vivo ainda representam alguma coisa na sociedade, afinal sua preferência pelo sexo oposto tinha alguma relação com sua psicose. Como uma espécie de pagamento, meio que não ocasional, uma ironia estabelece o fim da história de Ted Bundy: após ser um carrasco para às mulheres, foi uma delas quem puxou a alavanca que acionava a cadeira elétrica.