Caso Mutirama: Polícia retira peça central do Twister para análise
Júlio Nasser
Publicado em 31 de julho de 2017 às 19:13 | Atualizado há 4 meses
Foto:Divulgação/Polícia Civil
Na manhã desta segunda-feira, 31, policiais técnico-científicos realizaram uma perícia no brinquedo Twister, do Parque Mutirama, em Goiânia, que caiu na última quarta-feira, 26, e deixou treze pessoas feridas, duas delas em estado grave. Segundo o delegado responsável pelo caso, Izaías Pinheiro, o procedimento vai determinar o que provocou o acidente.
Durante a vistoria, policiais retiraram o eixo central que sustenta o brinquedo e, que se rompeu no dia do acidente, fazendo com que a estrutura tombasse para um dos lados. A ação contou com o auxílio de um braço hidráulico para retirar a peça e levá-la para o local de perícia.
O delegado explica que além do laudo pericial do brinquedo, ainda restam ouvir depoimentos de mais testemunhas, desde vítimas a funcionários do parque. Ele informou que até a manhã de hoje, seis pessoas já haviam sido ouvidas e que a expectativa é de que o inquérito seja concluído em 30 dias.
Izaías afirma que mesmo de maneira preliminar, policiais já haviam constatado que cerca de 90% da peça que provocou a queda do brinquedo já estava corroída, o que para ele, resultou em uma “tragédia anunciada”. Desde o dia do acidente, o parque permanece interditado.
Inquérito
Além da Polícia Civil, o caso também é investigado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). O órgão informou que os promotores apuram se o problema foi provocado pela da falta de manutenção do brinquedo. Caso a hipótese seja comprovada, o gestor pode responder por improbidade administrativa e, na esfera civil, por lesão corporal.
Na última sexta-feira, 28, o MPGO homologou uma ação civil pública contra o município e o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Alexandre Silva de Magalhães, pedindo a interdição total do Parque Mutirama até que sejam realizadas perícias em todos os brinquedos.
Além disso, pediu que o espaço só seja liberado mediante a instalação de um novo sistema de bilheteria para evitar fraudes. O pedido ocorreu em função da Operação Multigrana, realizada em sua primeira fase pelo órgão em maio deste ano, que apurou um esquema de desvio de verbas do Mutirama e do Zoológico de Goiânia.
Na época, as investigações constataram que a quadrilha atuava de dentro da Agetul e agia há pelos menos quatro gestões municipais.
O MPGO também indicou que a reabertura do parque só deve ser realizada após a inclusão dos engenheiros Mecânico e Eletricista em seu quadro de funcionários , bem como a elaboração de laudos específicos de inspeção de cada brinquedo.