Cotidiano

Casos suspeitos de febre amarela crescem 25% no Brasil

Júlio Nasser

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 17:23 | Atualizado há 8 anos

Dados registrados pelo Ministério da Saúde alertam que o Brasil vive o pior surto de febre amarela desde 1980. Segundo o órgão, até ontem, 26, foram confirmados 88 casos da doença, com 43 mortes. Sendo que em Minas Gerias concentra quase a totalidade dos registros, com 84 confirmações e 40 óbitos.

A infecção que se alastra pelo país, agora também foi notificada no Mato Grosso do Sul e em Goiás, onde dois casos seguem em investigação. Desde 1980, o maior número de casos foi registrado em 2000, com 85 confirmações. Os registros que ainda estão em análise, também subiram de forma expressiva. Em Minas, já são 383 casos, além do Espírito Santo, com 32 e outros 6 na Bahia. Somando as análises do Mato Grosso do Sul e Goiás, são 423 suspeitas.

Segundo o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, em entrevista à Agência Estado, o que mais chama a atenção no surto deste ano é a velocidade de expansão, uma vez que os primeiros registros ocorreram em Minas, no início do mês e desde então o governo local já notificou 486 casos, em 51 municípios. Desse total, 19 foram descartados, 84 confirmados e 383 ainda estão em análise.

Hage diz não haver uma explicação para a expansão de casos de forma tão rápida e avalia de forma remota, a possibilidade que este surto esteja sendo provocado por um vírus mais agressivo.

Ele chama a atenção para a localização dos primeiros casos, onde os índices mais altos de casos, ocorreram nas cidades mineiras onde as taxas de imunização contra a doença são consideradas baixas. Em municípios do Espírito Santo, até este ano não havia registro de casos. O Mato Grosso do Sul e Goiás são estados classificados com área de risco para febre amarela e, portanto, são locais onde a vacinação contra a doença é feita de forma rotineira. Apesar disso, foram enviadas para Goiás 30 mil doses extras de vacina e 25 mil para o Mato Grosso do Sul.

O diretor explica que a vacina contra febre amarela é indicada para populações que residem em 18 Estados, além do Distrito Federal e que a imunização deve ser feita a partir dos 6 meses de idade, desde que sejam respeitadas contraindicações. Ele afirma que apesar de o calendário vacinal esteja presente em boa parte do país, a cobertura nacional ainda é baixa.

Embora a cobertura vacinal seja baixa, a prioridade, neste momento será imunizar as áreas consideradas de maior risco: Estados onde há casos suspeitos e confirmados da doença, municípios próximos às regiões atingidas e áreas com registro de morte de macacos.

O Ministério da Saúde divulgou que a produção de vacina contra a doença no país é suficiente para atender o aumento da demanda. “Os lotes importados, do laboratório Sanofi Pasteur, terminaram por causa da grande procura”, disse a entidade, em nota divulgada na quinta-feira, 26. Questionada, a Sanofi Pasteur informou que a distribuição das doses da vacina “encontra-se dentro da normalidade no mercado privado brasileiro” e acaba de receber um novo lote do produto, que deverá começar a ser distribuído em todo território nacional no início de fevereiro.


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