CBD, componente da cannabis, tem regras flexibilizadas no Brasil
Diário da Manhã
Publicado em 18 de março de 2020 às 22:09 | Atualizado há 5 anos
É cada vez mais comum que setores da sociedade médica e civil defendam a utilização de produtos feitos com propriedades da maconha para tratamentos médicos. Um dos objetos mais procurados recentemente é o óleo de CBD, abreviação de canabidiol. Os usuários dizem que o óleo pode ajudar contra diversos problemas, desde dores musculares e ansiedade à artrite, epilepsia e transtorno de estresse pós-traumático
No início deste ano, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) uma norma que simplifica a importação de medicamentos à base de CBD em associação com outros canabinoides. A regra vale apenas para os pedidos para uso próprio, realizados pelos doentes ou procuradores do mesmo para o tratamento de saúde, como mostra o site WeedNews.
O CBD é um composto da cannabis que, ao contrário do THC, não deixa você chapado. Com a recente legalização da maconha medicinal em muitos estados do mundo, o mercado de óleo CBD terapêutico está em expansão. O óleo produzido pela substância é extraído do CBD das flores e folhas superiores da cannabis e dissolvido em um óleo transportador, como azeite ou óleo de coco. Com isso, o remédio está sendo utilizado como um novo agente terapêutico.
Enquanto o óleo CBD está sendo estudado para uma ampla gama de condições, incluindo artrite, esclerose múltipla, depressão, ansiedade e insônia, as pesquisas que apoiam seus benefícios ainda são limitadas.
No Brasil, alguns casos de liberação por parte da justiça tem ajudado a criar um maior entendimento sobre o uso do produto. Em dezembro do ano passado, O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, autorizou a empresa Schoenmaker Humako Agri-floricultura Ltda a importar e cultivar sementes e a vender produtos à base de cannabis como medicamentos, fitoterápicos e suplementos alimentares. Esse tipo de semente possui baixa concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC), principal elemento tóxico e psicotrópico da planta Cannabis sativa. O juiz proibiu a empresa de manufaturar produtos com concentração de THC maior que 0,3%.
Nos Estados Unidos, onde o mercado está sendo legalizado com mais rapidez, as cifras em torno do CBD são bilionárias. A indústria espera faturar, segundo a consultoria Brightfield Group, 22 bilhões de dólares, cerca de R$ 80 bilhões até 2022.