Cerveró deixa presídio e chega como celebridade no aeroporto de Curitiba
Diário da Manhã
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 23:26 | Atualizado há 9 anosCURITIBA — O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Lava-Jato em Curitiba, deixou a Superintendência da Polícia Federal nesta quarta-feira para passar o Natal e o Ano Novo com a família, no Rio de Janeiro. Ele deve ficar até o dia 2 de janeiro em casa, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e por escolta policial. No aeroporto, ele passou com tranquilidade por passageiros, sem ser hostilizado. Curiosos pararam para tirar foto dele e fazer uma selfie à distância.
O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava-Jato, decidiu ficar no local por considerar injustas as condições impostas a ele para usufruir do benefício. A saída temporária da dupla estava prevista nos acordos de delação premiada firmados com a Justiça.
Para Youssef celebrar os festejos de fim de ano longe das grades, ele teria que alugar uma casa em Curitiba e a família teria horários definidos para visitá-lo, diferente de Cerveró.
— Ele se sentiu injustiçado. Tentamos negociar com a Justiça para diminuir esse rigor, mas como não houve acordo, Youssef preferiu ficar e receber visita de familiares, como outros presos — explicou o advogado dele, André Pontarolli, ao chegar nesta manhã na Polícia Federal.
Cerveró saiu do local por volta das 11h10, sem advogado, mas com agentes federais. Ele seguirá para o Rio em voo comercial, já com a tornozeleira eletrônica. O ex-diretor será monitorado por uma empresa de Curitiba, Spacecom, contratada pela Justiça Federal. Ela já monitora outros presos da Lava-Jato com tornozeleiras.
Celebridade
Cerveró chegou no Aeroporto Internacional Afonso Pena com dois agentes e aparentando tranquilidade. Ele fez check-in numa ala nova do local, inaugurada nesta quarta-feira.
Como não podiam chegar perto do ex-diretor da Petrobras, curiosos e os próprios funcionários do aeroporto ficaram à distância fotografando Cerveró. Tentou-se até tirar selfie. Não houve nenhuma hostilidade no local.
A advogada Alessi Brandão disse que, diferente de Youssef, Cerveró ficou satisfeito com o acordo que resultou na sua liberação.
— Ele está bem feliz por poder ficar com a família — afirmou.