Cotidiano

Chega ao fim maior greve dos professores de São Paulo

Redação DM

Publicado em 13 de junho de 2015 às 02:19 | Atualizado há 10 anos

Agência Brasil

Às vésperas de completar três meses de paralisação, os professores da rede pública estadual de São Paulo decidiram, na tarde de ontem, em assembleia realizada no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), suspender a greve que teve início no dia 13 de março.

Os professores reivindicam reajuste salarial de 75,33%. A greve foi suspensa apesar de o governo paulista não ter apresentado qualquer proposta de reajuste aos grevistas.

A decisão provocou muita divisão entre os professores. Pela manhã de ontem, o conselho do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) havia decidido, em reunião, levar para a assembleia a suspensão da greve, com a manutenção da mobilização, pedindo apoio inclusive de outros movimentos tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Um grupo de professores, de outra corrente política, protestou muito contra o fim da greve, com vaias e gritos como “Não tem arrego” e “A greve continua”. No entanto, a suspensão foi aprovada pela imensa maioria dos professores presentes ao ato.

Esta é considerada a maior greve da história do sindicato, que representa cerca de 180 mil professores e é um dos maiores da categoria em toda a América Latina.

Na assembleia anterior, na quarta-feira passada, já havia ocorrido uma divisão do movimento. Apesar de a manutenção da greve ter sido aprovada, houve um princípio de tumulto na semana passada, inclusive com ovos sendo arremessados em direção ao caminhão de som onde se encontravam os dirigentes do sindicato.

 

Decisão judicial já era favorável ao governo

Amparado por uma decisão da Justiça, o governo paulista tem descontado os dias parados dos grevistas o que, para o sindicato, fez diminuir a adesão à greve nos últimos dias. O governo informava que 98% dos professores estavam dando aula e disse que esta é a menor adesão a uma greve na história. O sindicato, por sua vez, estima que, desde o inicio, a greve teve uma adesão média de 60% dos professores. “Com o corte nos salários, o cansaço, a dificuldades na negociação, a adesão caiu”, admitiu a presidente do sindicato, antes de encerrar a greve.

Com a falta de proposta do governo, a Apeoesp decidiu entrar com um dissídio de greve no Tribunal de Justiça, que ainda não foi julgado. Não há data estimada para que isso aconteça.

Com tantos dias parados, a secretaria afirma ter colocado 35 mil professores substitutos no lugar dos grevistas para garantir o funcionamento das escolas. “Ainda assim, em eventual necessidade, o conteúdo será reposto alinhado ao compromisso prioritário da secretaria com o direito incontestável que os estudantes têm de aprender”, informou o órgão, em nota. A secretaria não detalhou como a reposição será feita, caso necessária.

 

 

 

 

 

 

 


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