Como mudar o mundo (2)
Redação DM
Publicado em 14 de junho de 2021 às 14:30 | Atualizado há 4 anos
“Todo mundo pode fazer história; só um grande homem pode escrevê-la”, diria Oscar Wilde (1854-1900) em Aforismos. Certamente Karl Marx e Engels se elencam entre eles, ao lado dos seus abnegados sucessores, entre os quais destaco a figura exponencial de Eric Hobsbawm de “Como Mudar o Mundo…” e outros livros do porte de “Era dos Extremos: O breve século XX 1914-1999”, mostrando, induvidosamente, o quanto Karl Marx/Friedrich Engels, estão atualizados em pleno século XXI. A ponto, aliás, de ter deixado no que escreveram, a partir de “Manifesto do Partido Comunista” (1848), pelo menos dez previsões que bem definem o século citado. Vejamos:
1. A Concentração e Centralização do Capital; 2. A Instabilidade do Capitalismo; 3. A Luta de Classes; 4.O Exército Industrial de Reserva; 5. O Papel Negativo do Capital Financeiro; 6. A Criação de Necessidades falsas; 7. A Globalização; 8.O Papel de Protagonistas dos Monopólios; 9. A Tendência Suicida do Capitalismo e 10. A Capacidade Revolucionária dos Explorados.
Nada mais atual no nosso cotidiano do que as previsões descritas, autoria do pesquisador colombiano Sérgio Alexandro Gómez, afirmando, categórico, que “cada vez que ressoam os alarmes de uma crise econômica, disparam-se as vendas dos livros de Karl Marx. E é que poucos como este pensador alemão do século XIX, perceberam o funcionamento do capitalismo e suas consequências para a humanidade”, acrescentando:
“Ainda que a maquinaria hegemônica tente anular as análises de Marx e decretar a morte das ideias às quais dedicou sua vida, o marxismo resiste a prova do tempo e confirma sua validez, não só como método para entender o mundo, mas também como ferramenta para transformá-lo”
“Completando-se dois séculos após o seu nasci mento (1818), o semanário Granma Internacional partilha as dez previsões de Karl Marx que estão marcando o ritmo do século XXI. É o que atesta texto do pesquisador, médico colombiano Sergio Alejandro Gómez”, citado, revelando que não adianta as investidas do já manjado negacionismo narcisista, racista, homofóbico, defendido, para não dizer alardeado, sem os devidos cuidados teóricos pela extrema direita no Brasil e outros países do Universo.
Vale dizer: o que pensaram e escreveram Marx e Engels, já amplamente avaliado sobretudo em seminários, mesas redondas e outros eventos acadêmicos mundo afora, foi para ficar nos anais da história e no cotidiano das pessoas como resultado de revoluções sangrentas, exílios do mais puro sofrimento e lutas temerárias claramente identificados com a realidade contemporânea. Notem: nem é preciso transformar a obra e pensamento de Marx em “O ópio dos intelectuais”. Basta transcrever a frase clássica, atualíssima, escrita no “Manifesto do Partido Comunista (1848): “A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classe”.
Martiniano J. Silva, escritor, advogado, membro do Movimento Negro Unificado (MNU), Academia Goiana de Letras e Mineirense de Letras e Artes, IHGO, UBEGO, AGI, Mestre em História Social pela UFG, professor universitário, articulista do DM.