Cotidiano

Condutores de ‘cinquentinha’ terão que usar carteira

Redação DM

Publicado em 16 de junho de 2016 às 11:07 | Atualizado há 9 anos

Condutores das motocicletas de cinquenta cilindradas, popularmente conhecidas como cinquentinhas, precisam regularizar sua situação junto ao Detran até o dia 3 de novembro. Até então não era preciso habilitação para conduzir este veículo ciclomotor, o que mudou após determinação do Departamento Nacional de Trânsito.

O Detran vem usando este prazo para realizar campanhas de conscientização sobre a importância da CNH e a formação dos motoristas.

A partir de 3 de novembro deste ano, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) vai exigir que os condutores de veículos de até 50 cilindradas sejam habilitados com a ACC ou CNH categoria A. Atualmente, não há fiscalização neste sentido. A demanda dos candidatos é baixa e poucos Centros de Formação de Condutores oferecem o serviço. A maioria dos CFCs não tem o ciclomotor para ministrar aulas e provas.

A falta de formação dos motociclistas, especialmente dos condutores de ciclomotores, já era uma preocupação das entidades de trânsito. “O rigor na legislação veio ao encontro do nosso desejo de capacitar esse condutor”, explica o presidente Manoel Xavier Ferreira Filho.

Por isso, o Detran, os CFCs e empresas de revenda de ciclomotores estão somando esforços na tentativa de popularizar a ACC em Goiás. Para estimular os condutores das cinquentinhas a se habilitar, estuda-se a possibilidade de reduzir as taxas do processo.

Márcio, 20 anos, estudante de engenharia civil, já possuía carteira de habilitação, mas utilizava o transporte público. Entretanto não satisfeito com o serviço dos ônibus na capital, optou por comprar uma moto de cinquenta cilindradas. “Moro longe da faculdade e pegava três ônibus para percorrer o trajeto, era muito cansativo e constantemente eu chegava atrasado. Por isso decidi comprar a cinquentinha”. Márcio comenta sobre a nova resolução do Denatran. “Embora seja uma moto de pouca potência, pode causar acidentes graves como qualquer outro”.

As revendedoras Avante Motos e a Goiás Motos abraçaram a proposta. Eles vão doar três ciclomotores para a Associação de Centros de Formação de Condutores. Esses veículos serão utilizados para ministrar aulas e provas práticas na categoria ACC. As duas empresas vão vender ciclomotores a preço de custo para os CFCs. O valor ainda poderá ser dividido em 12 vezes, quando a compra for paga com cartão de crédito.

Mais de 63% das vítimas de acidentes de trânsito são motociclistas. Eles também representam a maioria dos condutores que pilotam sem habilitação. A falta de conhecimento técnico e a imprudência são as principais causas de acidentes envolvendo motociclistas. “Não podemos pactuar com esses altos índices de acidentalidade. Temos que preparar e sensibilizar esses condutores para a valorização da vida”, afirma Manoel Xavier.

CNH ou ACC

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aceita dois documentos para conduzir ciclomotores: a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria A, que permite pilotar qualquer motocicleta, e a ACC, que é restrita às cinquentinhas.

A alteração na legislação de trânsito também trouxe benefícios para os condutores de ciclomotores que querem regularizar sua situação. A carga horária para a obtenção da ACC foi reduzida. O candidato terá que cumprir 20 horas/aulas teóricas e 10 horas/aulas práticas. A prova teórica terá apenas 15 questões, das quais o candidato deverá acertar pelo menos nove.

 

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