Cotidiano

Coordenadora da escola Goyases relata como desarmou atirador e momentos de tensão que viveu

Redação

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 00:24 | Atualizado há 8 anos

Em depoimento emocionado, a coordenadora da escola Goyases, Simone Maulaz Elteto, conta como desarmou o adolescente de 14 anos que atirou nos colegas, em Goiânia. Ela concedeu uma entrevista exclusiva ao Fantástico da rede Globo, que foi ao ar neste domingo (22/10).

No vídeo ela detalha o passo a passo de como enfrentou os momentos de tensão e pavor. “Aí eu fui até a sala. Quando eu entrei, que eu olhei, eu vi os alunos João Pedro, João Vitor e Isadora caídos, feridos e muito sangue. E ele estava com a arma em punho.”

De acordo com ela, o adolescente não apontou a arma para ela, quando a viu chegar na sala. No vídeo, Simone fala que depois que o adolescente pediu para chamar o pai, começou a se encaminhar para fora da sala e que ela ficou o tempo inteiro tentando acalmá-lo e fazê-lo entregar a .40, com medo de que houvesse mais mortes.

“Ele continuou caminhando e eu tentando me posicionar, sem movimento bruscos, na frente dele. Nesse momento, ele estava com a mão assim e a arma ficou apontada pro meu abdômen. A mão direita eu pus no ombro dele e a mão esquerda eu fui empurrando devagar a arma pro rumo da parede”, disse.

Conforme Simone, depois de conseguir encaminhá-lo para a biblioteca da escola, ela também conseguiu fazê-lo sentar e ficou segurando o pulso com o qual ele segurava a arma. “Eu estava segurando o punho dele, e ele segurando a arma.”

A coordenadora também dá detalhes de como foi quando a polícia chegou à biblioteca: “Aí os policiais entraram gritando para ele soltar a arma e deitar no chão. Falei para ele: vamos fazer o que eles estão pedindo, por favor!”

Depois que ele soltou a arma, ela conta que ainda ficou segurando a mão dele por medo de que ele voltasse a pegá-la e atirasse contra ela, os policiais ou atentasse contra a própria vida.

Coragem

Perguntada sobre de onde teria tirado coragem para estar à frente da situação, ela respondeu que veio de sua formação dentro da própria escola, na qual trabalha há 17 anos. “E eu tive a certeza, por ter esse diálogo aberto com meus alunos, que eu iria conseguir fazer com que o aluno me escutasse.”

Bullying

Ao ser questionada sobre se uma das causas da tragédia poderia ter sido bullying, Simone afirmou que o atirador nunca procurou ajuda da escola por causa de alguma situação nesse sentido. Ela também disse que nunca soube ou percebeu nada sobre essa questão na escola Goyases.


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias