Cuidadores unidos
Diário da Manhã
Publicado em 22 de junho de 2018 às 00:50 | Atualizado há 7 anos
Recém nascidos, idosos, doentes, pessoas especiais e hospitalizados precisam de cuidados especiais. Entretanto, as pessoas que cuidam muitas vezes passam despercebidas pela família ou amigos. São os denominados ‘cuidadores’.
Esses ‘cuidadores’ perdem (ou ganham) suas vidas se dedicando ao necessitado. Relação complexa, que importa na doação da vida de quem cuida àquele que está sendo cuidado.
Visando formar pessoas preparadas para lidar com esta situação é que foi criada a Associação dos Cuidadores de Idosos e Similares de Goiânia e Região Metropolitana ACIS-GRM, cuja presidente é Ednamar Aparecida Oliveira Silva.
A associação visa qualificar pessoas para que possam servir a este público alvo,dentro de aspectos específicos que envolvem essa atividade. Ednamar considera que o familiar que cuida também faz parte do grupo associado.
“Cuidar da casa é diferente de cuidar de um doente”, afirma, uma vez que a atividade de cuidador não suporta que uma mesma pessoa desenvolva esses dois ou mais tipos de serviços, uma vez que o cuidador precisa estar atento aos passos do cuidado, para que sua situação não se complique ainda mais.
“Cuidador” não é profissão reconhecida pela legislação brasileira”, esclarece. “Se enquadra na categoria ‘ocupação’. A carteira de trabalho está assinada como doméstico, mas nas anotações fica assentado o n.º 5.162/10.”
São cinco as denominações de cuidadores: a babá, cuidador de pessoas com necessidades especiais, doenças raras, a crecheira e o cuidador de idosos.
BABÁ
Ednamar Aparecida, ao organizar a associação, quer proteger o trabalhador para que ele não desenvolva outras atividades que não sejam próprias da atividade do cuidador. Para isso, exemplifica o trabalho da babá, que se enquadra na categoria ocupacional de cuidador: seu trabalho se restringe a cuidar da criança, organizar o quarto e no máximo lavar as roupinhas do bebê, mas não pode ser estendido a arrumar a casa ou fazer a comida da família contratante, pois tais atividades podem levar ao comprometimento daquele que está sendo cuidado, que por ser incapaz de responder pelos seus atos, precisa ser monitorado. Idosos podem quebrar o fêmur, por exemplo, justamente porque não estavam sendo acompanhados com a devida atenção. Tal fato para Ednamar Aparecida é considerado exploração, já que o contratado estaria desenvolvendo outras atividades que não aquelas para a qual foi empregado, além de expôr em risco a vida da pessoa que está sendo cuidada. Quem deixa uma pessoa que está sendo cuidada, a qual poderá se acidentar e ainda responder um processo judicial por negligência.
Orientação sobre os direitos trabalhistas da classe, orientação jurídica, acompanhamento psicológico, físico e mental é o que a associação pretende oferecer a seus associados. Outrossim, quer buscar parcerias em hospitais, planos de saúde, universidades, cooperativas de médicos e afins.
Ednamar Aparecida esclarece ainda que a associação não tem fins lucrativos, e pretende se firmar como ponte entre o cuidador e a família do cuidado.