Cotidiano

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Diário da Manhã

Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 00:45 | Atualizado há 7 anos

Partindo de Ouro Verde de Goiás, situada a 40 quilôme­tros ao norte de Anápolis, a extensão sul da Ferrovia Norte-Sul atravessará boa parte do sudeste goiano, uma das principais regiões do agronegócio no País, e chegará a Estrela d´Oeste, São Paulo, comple­tando 684 km de extensão.

A economia da região é bastante desenvolvida e dinâmica. Na agri­cultura destaca-se o cultivo e bene­ficiamento da soja, sorgo, açúcar e milho; na pecuária, a produção de carnes (bovinos, suínos e aves) e la­ticínios e na indústria, há predomí­nio do setor farmacêutico.

Em Estrela d’Oeste, a FNS se conectará com a Ferrovia EF-364, operada pela Rumo Logística (an­tiga ALL), de modo a permitir aces­so ao Porto de Santos e ao polo eco­nômico e industrial de São Paulo. O investimento previsto no PAC é de R$ 5,5 bilhões. A previsão para a conclusão das obras da Extensão Sul é no primeiro semestre de 2018. Atualmente, o empreendimento gera 1004 empregos diretos e cerca de 2000 empregos indiretos.

Na verdade, o cronograma de obras já foi extrapolado. Embora as obras estejam paralisadas em vários pontos, segundo a Valec, a estatal que gerencia a constru­ção da estrada, pelo menos 93% do projeto já foi implantado. Seis dos oito trechos da ferrovia já pas­saram de 85% de realização dos projetos, muitos já passaram dos 90%. Mas existem dois trechos su­per atrasados. Em deles, a obra avançou apenas 0,1%. Na prática, mal começou. Em outro, o avan­ço foi de apenas 25%.

A Valec não explica esses atra­sos. Sua comunicação social é fa­lha. Tudo que se sabe é o que ela informa em seu sítio na internet. Ali se publicam apenas as boas notícias. As más não aparecem. E não é fácil chegar aos porta-vo­zes da empresa.

Recentemente, foi anunciada a construção de uma plataforma modal em Santa Helena e outra em São Simão. Depreende-se, do que foi informado, que dali para São Paulo o trecho já está ope­racional. O governador Marco­ni Perillo fez gestões junto à Va­lec para construir um ramal dali a Rio Verde, que é, por assim di­zer, a capital do agronegócio no Centro-Oeste brasileiro.

Dirigentes da Valec afirmaram que o pleito seria atendido. Infor­maram que o edital de licitação seria publicado agora em fevereiro. Ain­da não foi, como pode ser constata­do no site da Valec. No entanto, fe­vereiro ainda não terminou.

NORTE/SUL

Em compensação, o trecho da ferrovia que vai de Anápolis a Pal­mas, no Tocantins, já está comple­tamente operacional. Os 855 km do trecho entre Palmas,Tocantins, e Anápolis, Goiás, foram concluí­dos e entregues em 22 de maio de 2014. O investimento executado no PAC foi de R$ 4,6 bilhões.

O trecho encontra-se em opera­ção pela Valec, que, desde a inau­guração, promoveu o transpor­te de 18 locomotivas (fev/2015), 26 mil toneladas de farelo de soja (dez/2015), 13 mil toneladas de madeira triturada (dez/2016 a mar/2017), 8 mil ton. de miné­rio de manganês (out/2017) e 62 barras de trilhos de 240 me­tros cada – aproximadamente 1000 toneladas. (dez/2017).

Para os críticos da ferrovia, é pouco. Entretanto, cabe destacar que a rodovia não foi construída para ser operada apenas pela Va­lec. Particulares poderão usar seus trilhos, desde que possuam seu próprio material rodante e adqui­ram direito de passagem. Algumas empresas já estão se instalando no leito da ferrovia, sobretudo no trecho que vai de Palmas a Açail­lândia, Maranhão, onde a FNS se entronca com Ferrovia Carajás. Ali onde o tráfego já intenso.

A partir de Açailândia, a FNS prosseguirá em direção ao norte, até o porto marítimo de Barcare­na, no Estado do Pará, próximo a Belém. São aproximadamente 477 km de extensão concebidos com o propósito de ampliar e in­tegrar o sistema ferroviário na­cional e estabelecer a sua interli­gação com o Complexo Portuário de Vila do Conde.

Até agora, esta obra não saiu do papel. A implantação desse trecho proporcionará uma nova logística regional de transporte de miné­rio de ferro e o desenvolvimento da exploração de outros minerais, bem como viabilizará nova alter­nativa para o escoamento da pro­dução de açúcar, milho, etanol, soja e seus subprodutos farelo e óleo na área de influência da ferro­via. O estudo de viabilidade técnica e ambiental desse trecho, contra­tado pela Valec, foi finalizado em maio de 2012, com investimento previsto no PAC de R$ 3,7 milhões.

A Ferrovia Norte-Sul (FNS) é o eixo estruturador do Sistema Fer­roviário Nacional ao possibilitar o acesso a vários portos e corredo­res de exportação. Em Figueirópo­lis, Tocantins, a FNS se conectará à Ferrovia de Integração Oeste Les­te – FIOL, o que permitirá o acesso ao Porto Sul, em construção pró­ximo a ilhéus, na Bahia.

Em Campinorte, Goiás, se in­terliga à Ferrovia de Integração do Centro Oeste – Fico estabelecendo um canal com a maior região pro­dutora de soja do País, no Eestado de Mato Grosso.

 

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