
Foto: Raquel Freitas/Diário da Manhã
A arte de consertar e dar "vida" aos calçados é ver renascer a "vida útil" daquele sapato que você tanto adora e que te proporciona também uma grande ligação afetiva. Mas o futuro da profissão de sapateiro ainda é visto como incerta por conta da industrialização e está cada vez mais escassa, porém, ainda encanta e se torna essencial pela particularidade desse ofício manual.
Além de calçados, esses profissionais também consertam bolsas, mochilas, cintos, e demais acessórios. Alguns profissionais também se dedicam a fabricação, e trabalham tanto manualmente, como com o auxílio de máquinas de costura e atuando como parceiros na indústria de calçados.
Comemorado em 25 de outubro, o dia do sapateiro é uma oportunidade de homenagear esse profissional, dedicado ao conforto dos nossos pés. A data é a mesma dos santos Crispim e Crispiniano, que trabalharam como sapateiros.
A história do sapato
De acordo com cientistas da
Universidade de Cork na Irlanda, o primeiro sapato do mundo foi encontrado na
Armênia e tem cerca de 5.500 anos. Ao encontrá-los os pesquisadores perceberam
que o calçado estava recheado de grama, porém, eles não souberam dizer se é
para conservar os pés aquecidos ou para manter a forma do calçado.

Foto: Reprodução/Google
A profissão persiste com o passar dos séculos e resiste diante da necessidade que o indivíduo tem de proteger os pés, tanto do frio, quanto de prováveis incômodos com o solo. Isso fez com surgisse a ideia de fabricar calçados.
Em 1305, o rei Eduardo I da
Inglaterra, decretou a padronização de calçados como se uma polegada
correspondesse a três grãos secos de cevada. Treze grãos secos de cevada
correspondiam a uma numeração 13, por exemplo e a partir dessa métrica, a
padronização numérica tornou-se tendência mundial.

Foto: Raquel Freitas/Diário da Manhã
“A profissão é algo que exige
anos para aperfeiçoamento e o ofício faz parte da árvore genealógica da
família. Eu e mais dois irmãos, desde pequenos aprendemos a atividade com um tio, e todos
ainda exercem a profissão, uns na parte de consertos e outros na fabricação", afirma o proprietário da Sapataria El Shaday, Welcion Maurício.
De acordo com o Welcion, a escassez de profissionais e desinteresse do ofício pelas futuras gerações, aliado ao falecimento de sapateiros pioneiros e o fechamento ou a mudança da localidade das sapatarias, dificulta manter a tradição da profissão.
Ele relata que hoje em dia quem mais procura os serviços são as pessoas que desejam a reestruturação de calçados antigos, ou as pessoas que compram os calçados em lojas comerciais e que posteriormente, necessitam de algum reparo.
O funcionário da sapataria Calçados
Alves, Carlito Caetano de Souza, de 43 anos, está há 8 anos na profissão. Na sapataria
onde trabalha, fabrica-se botas e botinas. Ele se diz
realizado com o exercício do ofício.
Carlito é mais um exemplo desses
verdadeiros artistas, que com suas mãos, trazem a beleza, forma, encanto e o "renascimento" para a elegância e conforto de nossos pés.