Cotidiano

“Domingo é Dia de Feira”: um olhar sensível sobre o cotidiano em Senador Canedo

Redação Diário da Manhã

Publicado em 7 de julho de 2025 às 16:43 | Atualizado há 5 horas

Documentário acompanha a rotina da Feira da Praça da Matriz e revela como a feira se torna espaço de pertencimento, afeto e identidade

Senador Canedo, cidade marcada pelo crescimento acelerado e pela diversidade de sua população, é agora protagonista de um documentário sensível e profundo. “Domingo é Dia de Feira” acompanha um domingo comum na Feira da Praça da Matriz, mas o que o filme

entrega está longe do comum. Ali, entre barracas de frutas, cheiros de tempero e conversas de calçada, o curta-metragem encontra o que muitas vezes passa despercebido: o afeto nas pequenas trocas, o pertencimento nas rotinas simples, a cidade nas pessoas.

A produção tem como guia a fotógrafa e cineasta Dheniffer Wagata, de 30 anos, que escolheu Senador Canedo para recomeçar. Ela não apenas narra o filme — ela o vive. Mesmo que a câmera a observe de fora, tudo no filme passa por seu olhar. O pão com manteiga antes de sair, os porta-retratos no canto da casa, a pausa silenciosa antes de atravessar o portão — a rotina que muitos conhecem, mas que aqui ganha espaço e sentido.

“Domingo é Dia de Feira” aposta nesse cotidiano como ponto de partida para falar de pertencimento. A feira vira cenário, sim, mas acima de tudo, vira elo. Dheniffer se mistura

entre os feirantes, observa, conversa, escuta. “A feira virou um lugar onde me sinto parte da cidade. Não é só onde compro minhas frutas; é onde escuto, converso, sorrio. Onde

encontro acolhimento”, diz em uma das falas que marcam o filme.

Durante o documentário, a câmera acompanha Dheniffer em sua caminhada entre as barracas. As imagens no filme acontecem como a vida acontece: com espontaneidade, pausas, sorrisos e histórias compartilhadas. Kátia Regina e Naldo Duarte, da banca do milho; a família de Wagmar, Jesusiana e Juranir, que vendem temperos; Viviane, das frutas

— todos ajudam a costurar uma narrativa onde cada pessoa carrega um pedaço da cidade.

A feira é vista como ponto de encontro, mas também como ponto de apoio. Um espaço

onde diferenças sociais, religiosas ou geracionais dão lugar à convivência. Um lugar onde as pessoas se olham nos olhos.

Senador Canedo passa por um crescimento rápido. São mais de 150 mil habitantes, bairros surgindo, ruas se abrindo. Nesse cenário, o filme traz a feira como um ponto de respiro. Um lugar onde a cidade se reencontra. Entre ciclovias e o movimento intenso das avenidas, a Praça da Matriz ainda pulsa como referência — um chão firme em meio às mudanças.

O diretora Dheniffer Wagata resume: “Cada barraca tem uma história, e cada pessoa, uma parte dessa cidade dentro de si. O filme é sobre isso: sobre encontrar seu lugar e deixar

que ele também te encontre.”

O documentário será disponiblizado gratuitamente no YouTube e vai circular em escolas e espaços culturais da cidade.

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias