Cotidiano

Em dois dias, um preso é morto e delegado exonerado em Goiás

Diário da Manhã

Publicado em 3 de fevereiro de 2018 às 22:06 | Atualizado há 4 meses

Dois casos marcaram a se­mana no sistema peni­tenciário em Goiás. Um detento foi assassinado na Uni­dade Prisional de Jataí, na última quarta-feira, 31. Marcelo Assis da Silveira, de 26 anos, foi morto por outro detento, Bruno da Sil­va Brito, que utilizava uma arma de fabricação artesanal, conheci­da como chucho. Marcelo Assis havia sido preso no mesmo dia, pela manhã, acusado de matar um suposto usuário de drogas. Bruno da Silva assumiu o crime e disse que “já havia tido proble­ma com a vítima fora da cadeira”, segundo nota divulgada pela Di­retoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).

Por volta das 18h, os agen­tes que estavam de plantão na Unidade foram notificados do caso, que aconteceu na cela 2 da ala B. A Delegacia de Polícia Civil de Jataí está investigando o caso e, segundo a DGAP, uma sindicância foi aberta para es­clarecer o ocorrido. Marcelo já tinha passagens por roubo, por­te de arma de fogo e receptação e foi preso com a mulher, Fabri­sia Pereira de Almeida, de 19 anos, suspeita de ser comparsa do marido. Fabrisia tem passa­gens por tráfico de drogas e as­sociação para o tráfico, e conti­nua presa. A Delegacia Estadual de Capturas de Goiânia (Decap) abriu processo administrativo para apurar o caso.

Um dia após o homicídio em Jataí, na quinta-feira, 1º, o dire­tor da unidade prisional de Aná­polis, Walney Cesário da Cunha, foi exonerado do cargo. A me­dida, determinada pela DGAP, aconteceu após o vazamento de áudios nas redes sociais em que o delegado aparece em conver­sa com outro servidor sugerindo que ele oriente presos, que su­postamente lideram alas dentro do presídio, a dificultar o aces­so de advogados a seus clien­tes que cumprem pena no local.

“Tem que falar para os co­mandos de ala não deixar descer. Advogado vem aí só para perder viagem. Eles não descem para fa­lar com nós, porque desce para falar com advogado?. Na hora que eles chegarem aí, já avisa para os alas (presos que lideram as alas) não deixar ninguém sair para falar com advogado. Já che­ga descendo com a informação: “infelizmente a ala não liberou o cara não”. Fala isso logo e aca­bou”, disse o delegado no aúdio.

CRISE

No dia 9 de janeiro, 14 meno­res fugiram do Centro de Aten­dimento Socioeducativo (Case), no Conjunto Vera Cruz I, na Re­gião Oeste de Goiânia. Eles te­riam feito os funcionários refém utilizando barras de ferro e fugi­ram com o auxílio de uma corda feita com panos. No momento da fuga, 174 menores estavam reclu­sos no local, que tem capacida­de para 160 jovens. A fuga acon­teceu 8 dias após um massacre na Colônia Agroindustrial do Com­plexo Prisional de Aparecida de Goiânia, que registrou 9 mortes, duas delas por decaptação, além de 14 feridos e 243 fugitivos.

Em 6 de janeiro, um grupo de 10 presos fugiu da penitenciá­ria de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Di­retoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o preso responsável pela limpeza do cor­redor e fornecimento de alimen­to serrou os cadeados de uma cela e da grade de contenção do pavilhão.

No dia 23 de janeiro, 13 pre­sos fugiram da Penitenciária de Rio Verde, no sudoeste goiano, após conseguirem serrar as gra­des da cela e do alambrado ex­terno. Dois deles, Germano da Silva Oliveira e Vitor Bernardo Cabral, foram mortos pela Polí­cia Militar “durante troca de ti­ros”, após a fuga.

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