Farc pedem encontro formal com o papa Francisco em Cuba
Redação
Publicado em 19 de agosto de 2015 às 02:20 | Atualizado há 4 mesesDa Ansa
As Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) informaram ontem que pediram formalmente um encontro com o papa Francisco durante a visita por Cuba, entre os dias 19 e 22 de setembro. O grupo ainda requisitou que a Santa Sé envie um delegado permanente para intermediar as negociações de paz com o governo da Colômbia. As duas solicitações foram transmitidas através do Episcopado nacional, informou o jornal “Il Sismógrafo”, citando fontes vaticanas.
Em entrevista à publicação, o líder das negociações por parte dos guerrilheiros, Antonio Lozada, disse que “querem estudar a possibilidade do encontro, mas sabem que isso é uma coisa que o Vaticano e o governo cubano precisam estudar”.
No entanto, o monsenhor Luis Castro Quiroba, presidente do Episcopado, reconheceu que entre os colombianos há uma certa desilusão pelo alongamento do processo de paz, que já dura mais de cinco anos. “São negociações sérias e é preciso voltar a dar esperança à Colômbia. É uma coisa justa e necessária”, destacou o religioso.
Amanhã, os representantes reunidos em Havana – onde ocorre a série de reuniões para tentar encontrar a paz – terão conversas com representantes da Igreja Católica no país, guiados pelo monsenhor Quiroga. Ainda de acordo com o representante católico, “todos veem positivamente a participação do Pontífice neste processo”.
Na última sexta-feira (14), Jorge Mario Bergoglio enviou uma mensagem à Corte Suprema colombiana exortando a principal instância judiciária do país a identificar “com criatividade e coragem as soluções que reforcem a paz e justiça”. Em abril, o próprio presidente do país, Juan Manuel Santos, já havia manifestado interesse na “intercessão” de Jorge Mario Bergoglio nas difíceis negociações, dizendo que a presença dele “respaldaria” um provável acordo.
Dois meses depois, durante sua visita ao Vaticano, Santos pediu ao líder dos católicos ajuda na questão e o sucessor de Bento XVI teria se oferecido, de acordo com o mandatário, para mediar pessoalmente os debates.