Galeão ganha novo estacionamento
Diário da Manhã
Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 03:06 | Atualizado há 9 anosRIO – O caos aéreo pode não ter ocorrido durante a Copa do Mundo, como previam os mais pessimistas. Mas é certo que o Aeroporto Internacional Tom Jobim não esteve à altura do evento, que trouxe mais de 800 mil turistas ao Rio. Quem passou por lá enfrentou escadas rolantes e esteiras paradas e um sistema de ar-condicionado que nunca resfriava o ambiente. Para que o quadro não se repita durante as Olimpíadas deste ano, a concessionária RIOgaleão (formada pelas empresas Odebrecht e Changi Airports), administradora do aeroporto desde fins de 2014, garante que tem feito investimentos pesados. Em pouco mais de 18 meses, o grupo injetou R$ 2 bilhões para dar um “choque de ordem” no Tom Jobim.
A melhora do conforto nos dois terminais, afirmam passageiros, é visível: esteiras, escadas rolantes e elevadores funcionam. Além disso, o ar-condicionado tem cumprido seu papel, e os banheiros vêm sendo mantidos limpos. Neste sábado, a primeira das obras mais importantes em andamento será inaugurada parcialmente. Trata-se de quatro dos sete andares do edifício-garagem do aeroporto. O prédio dá acesso direto ao Terminal 2 e terá 3.233 vagas quando estiver totalmente pronto. A partir de amanhã, cerca de duas mil estarão à disposição dos passageiros. Muito comum em shoppings, o edifício utilizará o sistema automatizado de disponibilidade de vagas, que permite ao motorista encontrar mais facilmente um lugar para o carro.
Os três primeiros andares do prédio, que já existiam como estacionamento, estão fechados para receber a nova tecnologia e devem ser abertos antes de abril.
Para repaginar o aeroporto, sete mil operários trabalham 24 horas por dia. Boa parte deles atua no Píer Sul, uma expansão do Terminal 2, com dois andares e cem mil metros quadrados. Nessa área ampliada, haverá 14 portões de embarque e desembarque e 26 pontes, que ligarão o Píer Sul às aeronaves.
Não haverá check-in no novo espaço, já que os passageiros continuarão fazendo o procedimento no Terminal 2. Para ir de lá até o Píer Sul, passarão por um prédio, na reta final de construção, que já recebeu as esteiras rolantes (de quase cem metros de comprimento).
O estacionamento do Terminal 1 também está sendo renovado. Desde que passaram à iniciativa privada, as vagas são monitoradas por novas câmeras. Outras novidades são as cancelas automatizadas. Parar ali, porém, ficou R$ 4 reais mais caro (a primeira hora subiu de R$ 10 para R$ 14).
O setor comercial do aeroporto foi outra área que recebeu investimentos. Lá, funcionam 66 novas lojas, como o McDonald’s, que reabriu depois de uma década longe do Tom Jobim. Foram inauguradas ainda filiais de Café Suplicy, Domino’s, Starbucks e Koni. E os contratos para abrir os restaurantes Delírio Tropical e Palaphita Kitch já foram assinados.
– A ideia de trazer restaurantes tipicamente cariocas será um dos nossos diferenciais. O turista que chegar começará a sentir a cidade antes de sair do aeroporto – diz Sandro Fernandes, diretor comercial da concessionária.
Mas os passageiros desejam mais mudanças. Para o engenheiro ambiental Arnaldo Barbosa, usuário do aeroporto, qualquer reforma já transformaria o lugar, que, segundo ele, estava sucateado.
– Era uma dor de cabeça vir ao Galeão, tanto para viajar como para buscar um parente. Era como estar em um lugar abandonado, onde nada funcionava. Hoje, eu sei que vou poder subir de elevador, usar a escada rolante. São coisas básicas que o aeroporto não tinha – afirmou.
A estilista Amanda Retondaro aprovou as novas as opções gastronômicas:
– Antes, estávamos restritos a café e pão de queijo.