Goiano pode ser autor de ataques racistas
Redacão
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 21:24 | Atualizado há 4 mesesA Polícia Civil de Goiás cumpriu ontem mandado de busca e apreensão na residência de um adolescente que mora na zona rural de Rio Verde. Ele é suspeito de realizar comentários racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, conhecida como Maju. A repórter do tempo da TV Globo foi alvo de agressões em julho deste ano.Nos últimos meses, aumentaram as denúncias de uso das redes sociais para produzir conteúdo racista. Na operação realizada ontem pela Polícia Civil e Ministério Público de vários estados outros suspeitos foram ouvidos e alguns confessaram o crime.
O adolescente de Rio Verde não obstruiu a ação policial e garantiu acesso ao seu computador. Por permitir que seus equipamentos fossem investigados, o suspeito não chegou a ser apreendido.Para a polícia, o adolescente negou que seja autor das agressões. O delegado Adelson Vandeo adianta a versão do adolescente: “O rapaz afirmou que emprestou sua senha para que hackers realizassem ações a partir de sua conta no Facebook”.
Vandeo diz que o adolescente relatou participar de um grupo formado por hackers. Seus dados pessoais foram usados para formar o grupo, já extinto.O Facebook do suspeito é fechado para quem não é seu amigo. Mas algumas das publicações abertas são extremistas. Pelo menos duas delas têm conteúdo homofóbico.Além do caso que envolve o adolescente goiano, a Polícia Civil realiza ações em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Amazonas em busca de suspeitos.
Um deles, que reside em Fortaleza, se negou a contribuir com a investigação. O suspeito será notificado pelo Ministério Público, que investiga as ações. A Polícia Civil informa que um dos supostos líderes das agressões mora em Sorocaba. Promotores encontraram outros grupos com mensagens racistas em seus celulares.
Suporte para crimes
As redes sociais têm possibilitado o aumento da prática de delitos racistas e injúrias. Conforme os próprios suspeitos, a internet dá ideia de que a “rede é terra sem lei”, o que motivaria a prática do delito.
No mês passado, a atriz Taís Araújo foi alvo de comentários racistas após publicar uma foto. Ela foi agredida de diversas formas: “Me empresta seu cabelo para lavar louça”, “Te pago com banana”, “Pode ser mais clara?” e “Como pode alguém achar bonito esse cabelo de Bombril?”.
A modelo e frentista Tainara de Jesus Santos, 19, também foi alvo de preconceitos em outubro. Vencedora do concurso Garota Jataí, a goiana foi agredida com expressões, como “mucama” e “E um macaco isso? (N.R: o autor escreveu de forma incorreta e desejava se expressar da seguinte forma: “é um macaco, é isso?”)
As penas podem variar de dois a cinco anos para os crimes de racismo. E de um a cinco anos na injúria. Se existir concluiu entre internautas para a prática, a pena será de um a três anos. Todas as peanas são cumulativas.