Cotidiano

Goiano que pilotava para o PCC é inocentado após delatar crimes da facção

Redação DM

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 14:05 | Atualizado há 6 meses


A Justiça Federal de Campo Grande anulou recentemente todas as penas impostas ao goiano Felipe Ramos de Morais, 34, que até 2018 era o principal piloto da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). O benefício foi concedido depois que o piloto, que hoje vive escondido, delatou à justiça inúmeros crimes, que culminaram com o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão pertencentes à facção.

Felipe Ramos tornou-se conhecido nacionalmente quando pilotava o helicóptero que levou, em fevereiro de 2018, os dois principais nomes do PCC para serem mortos em uma emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Naquela ocasião, a polícia apurou que Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”, e Fabiano Alves de Souza, o “Paca”, foram executados a mando do número um da facção, porque estariam desviando dinheiro da venda de drogas.

Em 14 de maio do mesmo ano, Felipe foi localizado e preso por policiais civis de Goiás em um condomínio de luxo em Caldas Novas. Quando foi apresentado à imprensa, ele alegou que não sabia que estava levando Gegê e Passa para uma emboscada, e afirmou que temia ser assassinado, já que sabia muito sobre a facção.

Encaminhado para a Penitenciária Federal de Campo Grande, o piloto permaneceu preso até o início do último mês de abril, quando foi liberado, e, sob forte escolta, mudou-se para um local não informado. Há informações de que ele teria saído do Brasil, uma vez que hoje é apontado como o inimigo número um do PCC.

Operações após delação
Com as delações premiadas feitas por Felipe, a Polícia Federal realizou, entre 2019, e 2021, duas grandes operações, que desarticularam todo o esquema financeiro do PCC, o que teria provocado um prejuízo superior a R$ 1 bilhão à organização criminosa. Contra o goiano, que já teve aqui na capital uma empresa de táxi aéreo composta por quatro helicópteros, pesavam condenações por lavagem de dinheiro, e associação para o tráfico, ambas anuladas na quarta-feira da semana passada.

Policial Penal assume a DGAP
Pela primeira vez na história, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) está sendo comandada por um policial penal. Até então, o importante cargo, sempre indicado pelo governador, teve como titulares apenas coronéis da Polícia Militar, ou delegados da Polícia Civil. A nomeação de Josimar Pires Nicolau do Nascimento, porém, acontece em um momento bastante atribulado. O policial penal entra no lugar do tenente coronel PM Frans Augusto Marlus Rassmussen Rodrigues, que foi exonerado após denúncias de que teria favorecido uma empresa que ganhou uma licitação milionária para fornecer alimentação para detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. As denúncias já estão sendo apuradas pela Polícia Civil, e a PM ainda não informou onde o tenente coronel, que está de férias, passará a trabalhar quando retornar.

PRF apreende cocaína avaliada em R$ 37 milhões
Um caminhão que aparentemente estava vazio levava, no fundo falso da carroceria, 311 quilos de pasta base de cocaína. Ocupado por dois homens, que depois descobriu-se são pai e filho, o veículo foi abordado por policiais rodoviários federais na BR-364, em Jataí. Inicialmente, o motorista, que tem 45 anos, contou que é dono de uma ferragista em Guapó, e afirmou que estava voltando de uma entrega em Cuiabá, no Mato Grosso. Quando os policiais encontraram a droga, porém, ele e o filho, que tem 25 anos, confessaram que receberiam R$ 50 mil para trazer as peças do entorpecente, avaliadas, segundo a PRF, em mais de R$ 37 milhões, até Goiânia. Os dois, que não tiveram os nomes revelados, foram autuados por tráfico interestadual na Delegacia da Polícia Civil de Jataí.



Deputada que prendeu tarado cobra explicação para fuga
Responsável pela prisão do estuprador Wanderson Alves Carvalho, o “dentinho”, a delegada Adriana Accorsi, que está no segundo mandato de Deputada Estadual, cobrou ontem durante sessão extraordinária da Assembléia Legislativa de Goiás (Alego) explicações sobre a forma com que o criminoso escapou na noite de sexta-feira do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. De acordo com a delegada, na ocasião da prisão de Dentinho, que tem quase 200 anos de condenação para cumprir, a Polícia Civil conseguiu identificar 106 vítimas, incluindo algumas crianças. Ela afirmou que encaminhará um pedido de explicações para a Secretaria da Segurança Pública. No domingo, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou que já havia solicitado às polícias Civil, Militar e Penal que apurassem o caso.


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