Goiás amplia fornecimento de remédios para doenças raras do sangue

O governo de Goiás deu mais um passo importante na atenção à saúde pública ao ampliar a oferta gratuita de medicamentos destinados a pacientes com doenças hematológicas raras. A alfaepoetina, substância indicada especialmente para o tratamento de pessoas com doença falciforme, passou a integrar o rol de medicamentos disponibilizados pela farmácia do Hemocentro Coordenador Estadual Prof. Nion Albernaz, em Goiânia.

A iniciativa é resultado de uma ação conjunta entre o Hemocentro e o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB), fortalecendo a política de acesso a tratamentos especializados no estado. Antes da incorporação da alfaepoetina, o Hemocentro já ofertava gratuitamente medicamentos como hidroxiuréia, deferasirox, deferiprona, desferroxamina e eculizumabe, indicados para diferentes quadros clínicos, incluindo anemia falciforme, hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) e doença de Gaucher.

Com a nova medida, o paciente diagnosticado com doença falciforme poderá retirar a medicação diretamente no Hemocentro, no mesmo local onde realiza consultas e exames, facilitando a adesão ao tratamento e garantindo maior comodidade ao usuário do Sistema Único de Saúde. A hematologista Érika Paiva, que atua na unidade, destaca que a centralização dos serviços reduz barreiras logísticas e promove um cuidado mais ágil e efetivo. Segundo ela, o modelo é uma forma de respeitar o tempo e as limitações dos pacientes que, em muitos casos, enfrentam desafios econômicos e de locomoção.

A diretora técnica da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos (Rede Hemo), Ana Cristina Novaes, ressalta que a ampliação representa um avanço real na abordagem das doenças hematológicas no estado. De acordo com ela, o fornecimento da alfaepoetina é uma conquista para os usuários com doença falciforme, que agora passam a contar com um suporte terapêutico completo, desde o diagnóstico até a dispensação da medicação.

O Hemocentro também ampliou, em junho deste ano, a cooperação técnica com o Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), com o objetivo de rastrear e tratar complicações oculares, como a retinopatia, que pode surgir em pessoas com hemoglobinopatias.

A ação faz parte de uma política estadual que visa não apenas o fornecimento de remédios de alto custo, mas a construção de um modelo de cuidado contínuo e humanizado. Para ter acesso aos medicamentos, o paciente deve passar por avaliação especializada e manter o acompanhamento regular no Hemocentro, que já agenda os retornos mensais para avaliação clínica e retirada das medicações.

Goiás se destaca como referência no atendimento a pessoas com doenças raras do sangue, garantindo o acesso gratuito a medicamentos essenciais e oferecendo um modelo de saúde pública mais eficiente, centrado no paciente e comprometido com a dignidade do tratamento.