Golpe na internet
Diário da Manhã
Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 01:43 | Atualizado há 4 meses
Comprar pela Internet está se tornando cada vez mais comum pelo público consumidor. De acordo com o Ebit a cada ano há um aumento em média de 20% de crescimento do e-commerce no Brasil. As vendas estão a todo vapor, reflexo da comodidade que permite ao consumidor a comparação instantânea de preços e o recebimento da compra em domicílio.
Mas cuidado, usufruir de todas essas facilidades requer atenção na hora de realizar a compra. Dados divulgados pela Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Procon Estadual de Goiás revelam que no ano de 2016, foram registradas 1.599 reclamações de compras pela internet em Goiás. Envolvendo a não entrega ou demora na entrega do produto foram 803 registros.
A auxiliar administrativo Anathiely dos Reis Santos, 25 anos, sabe bem o gostinho de comprar via internet, aguardar o produto, no conforto de sua casa e esse não chegar. “Tive duas experiências negativas, nos dois casos entrei em contato com as empresas, uma delas cheguei a ir ao Procon, mas os dois sites eram sites de fraudes. Passou um tempo não era possível nem se quer acessar, ele sumiu como se nunca tivesse existido”, conta.
O especialista em mídias digitais e vice-presidente da Associação Brasileira das Agências Digitais no Estado de Goiás (ABRADi-GO), Leonardo Diogo Silva observa que as pessoas têm muito incentivo a comprar por impulso na Internet, o que, de acordo com ele, é muito ruim. Ele acrescenta que existem muitas formas de ludibriar, enganar as pessoas, o cliente, consumidor.
“Como é muito fácil comprar pela Internet as pessoas compram sem pensar muito e depois se arrependem ou, às vezes, caem em fraudes. Essas páginas fraudulentas, esses sites, geralmente o tempo de vida deles é muito curto, porque os sites costumam ser denunciados ou, enfim, acabam caindo mesmo dos servidores. O ideal é que você espere, espere um, dois dias, lógico se for uma promoção você vai querer aproveitar, mas tenha paciência, nenhuma oferta é tão irresistível que só dure um dia”, alerta.
Leonardo destaca que uma das primeiras ações que o consumidor deve ter para a realização de uma compra segura, pela Internet é nunca pesquisar por um produto em uma única loja. “Por mais que seja uma oferta irresistível, pesquise em mais de uma loja, existem, inclusive, aplicativos que fazem comparativos de preço. Utilize comparadores de preço, faça pesquisa, esse é um ponto muito importante”, considera.
Cuidados necessários
Para a gerente de atendimento ao consumidor do Procon Goiás, Rosania Nunes são várias as dicas que podem auxiliar o consumidor a ficar atento a um possível golpe. Ela esclarece que, geralmente, os preços são altamente competitivos, ou seja, muito abaixo. “Os golpistas exigem um depósito antecipado, solicitando um prazo de 15 a 20 dias para entrega da mercadoria, sendo esse prazo suficiente para a aplicação do golpe que acaba lesando várias pessoas”, informa.
Rosania recomenda ao internauta que sempre busque referências sobre o site que se pretende comprar, bem como procurar no site a identificação da loja (razão social, CNPJ, endereço`), e outras formas de contato, além do e-mail. Pede ainda que se redobre a atenção quando o site exibir como forma de contato apenas um telefone celular.
A outra questão abordada por ela é a escolha de uma senha segura e evitar as senhas já utilizadas em outros sites como, por exemplo, data de aniversário. Verificar as características do produto a ser adquirido, analisar a descrição do produto, visitar a página do fabricante para confirmar as funções e certificar se elas suprem a necessidade.
Certifique-se se o produto vem acompanhado de um manual de instruções em português, nota fiscal, termo de garantia e a possibilidade de troca. Nas compras pela Internet o consumidor pode desistir do contrato no prazo de sete dias, contados da data do recebimento do produto. O consumidor deve estar ainda, atento a data e o período de entrega do produto, os quais devem ser especificados.
O consumidor deve imprimir e guardar todos os documentos que demonstrem a compra e a confirmação do pedido como, por exemplo, comprovante de pagamento, contrato, anúncios e propagandas da oferta. “Todos esses procedimentos são simples, mas eles não garantem cem por cento que o consumidor não seja vítima de uma fraude virtual. Mas essas são medidas que irão dificultar os trabalhos das quadrilhas especializadas nesse tipo de golpe”, declara.
Nunes adverte que com frequência as pessoas têm recebido em seus e-mails propagandas com links oferecendo produtos. Ela avisa que são site suspeitos que se deve evitar. “O consumidor também deve se tiver alguma dúvida quanto a idoneidade do site consultar no site do Procon Goiás a lista dos sites suspeitos. Suspeitando de golpe o consumidor pode registrar o Boletim de Ocorrência na Polícia Civil/ Decon – Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor do Estado de Goiás”, conclui.
Facilidades do comércio eletrônico
Para o especialista em mídias digitais e vice-presidente da Associação Brasileira das Agências Digitais no Estado de Goiás (ABRADi-GO), Leonardo Diogo Silva são muitas as vantagens de realizar compras pela Internet. “Considero um que as pessoas não falam muito, o da possibilidade de você visitar diversas lojas em curto espaço de tempo. Se a pessoa saísse fisicamente para visitar lojas de calçados, provavelmente ela teria a capacidade de visitar umas cinco lojas e em contrapartida, na internet poderá visitar 20, 30, 50, 100 lojas de calçados com o mesmo tempo. Além do preço e da comodidade”, avalia.
Leonardo expõe que muitas empresas estão ampliando as suas atuações para o E-Commerce, justamente pela facilidade em se montar uma loja online.
“O mercado tende a comprar, a Black Friday mostra isso muito bem, as pessoas hoje vêm desmitificando esses medos, esses receios. Houve um aumento significativo. De acordo com o Ebit a gente tem aí a cada ano uma média de 20% de crescimento do e-commerce. Esse ano de 2016 nós tivemos um crescimento de 15%, deu uma pequena retraída, mas a média é de 20% ao ano. E, isso vai continuar crescendo durante muito tempo ainda”, aponta.
O especialista esclarece que não comprar pela Internet hoje está mais relacionado a falta de acesso a ferramentas da tecnologia que propriamente ao medo de levar calote. “Não ter acesso a tecnologia, não ter segurança com a tecnologia, bem como não tem capacidade financeiras, do ponto de vista de que algumas empresas só aceitam cartão de crédito de determinadas bandeiras.
Existe algumas limitações nesse sentido e o próprio medo, realmente, de comprar um produto e não receber é um receio que algumas pessoas ainda têm”, relata.
A auxiliar administrativo, Anathiely dos Reis Santos, 25 anos, apesar das experiências ruins que teve ao comprar e não receber o produto ainda assim se sente segura em continuar comprando via Internet. “Não fiquei com medo, mas redobrei minha atenção. Compro desde produtos de beleza a eletrônicos, compro de acordo com a necessidade de algumas coisas, sempre antes de sair nas ruas para comprar dou uma olhada na Internet para ter conhecimento dos preços. E, embora utilize bastante desse meio de compra já tive algumas experiências ruins, e mesmo prestando atenção nos detalhes é possível golpes”, acresce.
Fique atento
- Verifique a autenticidade do site depois do http aparece a letra “s” que significa securety ( segura) se não aparecer a letra “s” é sinal de que algo está errado.
- Minimize a página se o teclado virtual for minimizado também está correto, se não o site não é confiável.
- Evitar passar o número do cartão de crédito.
- Verifique no site se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado.
- Tem um detalhe crucial: em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem. Para se certificar clique duas vezes sobre a imagem do cadeado, ele tem que abrir com informações sobre autenticidade do site, se o site for pirata não será possível abrir essas informações.