Grupos neonazistas se espalham pelo Brasil
Diário da Manhã
Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 14:32 | Atualizado há 3 anos
Um mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias apontou que as células de grupos neonazistas cresceram 270,6% no Brasil entre janeiro de 2019 e maio de 2021, e se espalharam por todas as regiões do país, impulsionadas pelos discursos de ódio e extremistas contra as minorias representativas, amparados pela falta de punição.
Em entrevista ao “Fantástico”, Dias revelou que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, que podem conter cerca de 10 mil pessoas ativas, operando no Brasil hoje. Segundo a antropóloga, a maioria dessas pessoas se identificam como neonazistas e têm em comum o ódio contra feministas, judeus, negros e a população LGBTQIAP+.
“Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e, por isso, uma masculinidade tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+, ódio a nordestinos, ódio a imigrantes, negação do holocausto”, declarou.
Ao “Fantástico”, a juíza federal Cláudia Dadico apontou a falta de punição e de uma legislação clara sobre esse tema e contra o discurso de ódio no Brasil, como obstáculo para a punição desses criminosos. Conforme a magistrada, esses discursos não podem ser confundidos com liberdade de expressão.
De acordo com as leis brasileiras, pode ser preso por um a três anos quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos nazistas.