H1N1 deixa goianos em pânico
Redação DM
Publicado em 6 de abril de 2018 às 02:08 | Atualizado há 5 meses
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou ontem, mais duas mortes em Goiânia causada pelo vírus H1N1, dentre eles o médico pediatra Luiz Sérgio de Aquino Moura (57), que faleceu no domingo, na UTI do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). O resultado foi obtido por meio de exame denominado PCR, preconizado pelo Ministério da Saúde para determinar as causas da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), provocado pelo vírus H1N1. Com isso, em Goiânia já somam onze casos em pacientes que evoluíram com SRAG, sendo seis deles classificados como SRAG não especificada, ou seja, não foi identificado a etiologia da infecção e dois foram classificados com SRAG causado por outro vírus respiratório, o metapneumovírus, e dois óbitos por influenza A (H1N1). Na Vila São Cottolengo, em Trindade, já foram mais doze vítimas fatais. Demais suspeitas estão sendo investigadas.
Com a divulgação dos casos de H1N1 confirmados e principalmente os óbitos, a população está em pânico. Após a divulgação da mudança no calendário da campanha da vacinação contra o vírus, muitas pessoas estão recorrendo a clínicas particulares para adquirir a vacina. Algumas pessoas estão evitando locais aglomerados e até mesmo sair de casa.
VACINA
A vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é trivalente, protegendo contra três tipos do micro-organismo: o H3N2, H1N1 e o B.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza A que estava prevista para o dia 16 de abril, foi adiada para o dia 23 de abril, sendo que no dia 12 de maio será o Dia D, onde haverá uma mobilização nacional. A campanha está prevista para encerrar no dia 1º de junho. De acordo com a Secretaria de Saúde, o motivo da mudança é devido ao atraso da entrega das vacinas em todo País.
Inicialmente, a vacina será disponibilizada somente para o grupo de risco, que são: pessoas com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, profissionais da saúde, professores de escolas públicas ou privadas, indígenas, puérperas, portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais, quem está com sintomas de H1N1 e funcionários do sistema prisional. De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é vacinar 90% dos grupos prioritários.
Apesar da Secretaria de Saúde informar para a população que não há motivo para pânico, e que a campanha será realizada no período antes do pico de transmissão do vírus, que comumente ocorre nos mês de julho, muitos não querem arriscar e estão indo em busca das vacinas contra Influenza A/H1N1, H3N2 e B em clínicas particulares. Com o aumento da procura, algumas clínicas não estão conseguindo atender a demanda.
O Laboratório Padrão recebeu nesta semana 350 doses da vacina Tetravalente, que já se esgotou, mas o reabastecimento será feito ainda hoje. Serão entregues mil doses da vacina Trivalente. Segundo a médica infectologista e coordenadora do setor de vacinas do Padrão, Priscila Saleme, os fornecedores estão reabastecendo conforme o previsto e não há falta de vacinas. Os valores das vacinas variam de R$ 60 a R$ 120.
A estudante Ana Cláudia Macedo, 23 anos, decidiu não aguardar o início da campanha de vacinação e optou em comprar a vacina. A estudante alega que com tantos casos sendo divulgados não é possível se tranquilizar, e sua maior preocupação é a filha de 1 ano e 7 meses que ainda não foi imunizada. Com os casos de mortes sendo divulgados, ela prefere evitar sair de casa e só sentirá aliviada quando a filha for vacinada. “ Mesmo sem condições financeiras vou comprar a vacina, estamos vivendo um momento de caos na saúde, as filas estão enormes até mesmo na rede privada, demora para começar a campanha de vacinas e enquanto isso,muitas pessoas morrendo”, relata.
CRONOGRAMA DE VACINA
– 23/4 a 4/5: Idosos e Trabalhadores da saúde
– 7 a 11/5: Gestantes, puérperas e crianças
– 12/5: Dia “D” TODOS OS GRUPOS
– 14 a 18/5: Comorbidades
– 21 a 25/5: Professores
– 28 a 01/6: todos os grupos
– Indígenas: durante todo o período de campanha
– População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional: a critério dos municípios.
SINTOMAS
Os sintomas da Gripe H1N1, no início, são muito semelhantes àqueles uma gripe comum, porém, mais acentuados. O paciente pode apresentar também sensação de garganta seca, rouquidão, pele quente e úmida e olhos lacrimejantes.
Nas crianças, a febre pode se apresentar com temperaturas mais altas, acompanhadas muitas vezes de quadros de bronquite e de sintomas gastrointestinais. Já nos idosos, as temperaturas febris não costumam ser muito altas.
Saúde alerta para falsas notícias sobre H1N1 divulgados nas redes sociais
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) alerta para falsas notícias (fake news) que têm circulado na internet, grupos de whatsapp e mídias sociais, causando pânico na população. A gerente de epidemiologia da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, esclarece que o Estado de Goiás não está em situação de epidemia, mas em situação de alerta.“É importante esclarecer para as pessoas que fazem uso das redes sociais, que existem várias notícias circulando com informações falsas, gerando um pânico desnecessário e muitas vezes prejudicial, pois faz com que as pessoas corram para rede privada de vacinação, formando filas e permanecendo em aglomerações que são propícias para a transmissão de doenças”, orienta.
Uma dessas falsas notícias informou, por exemplo, a morte de crianças em um hospital particular de Goiânia. Essa unidade, por sua vez, divulgou nota esclarecendo que nenhuma criança havia falecido no hospital, com suspeita de H1N1, e que todos os profissionais que atuam na unidade estão saudáveis.
Magna orienta ainda que é importante tomar medidas de precaução como evitar levar crianças pequenas, gestantes ou idosos a locais onde há aglomerações; lavar sempre as mãos com água e sabão ao voltar da rua ou sempre que tiver contato com muitas pessoas; usar lenços de papel ao tossir e espirrar; e, diante de qualquer sinal de alarme como febre alta, falta de ar e dor no corpo procurar, imediatamente, auxílio médico.
EM APARECIDA
Assim como todas as cidades do Estado de Goiás, Aparecida de Goiânia também está em alerta com a Gripe H1N1 e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que já vem se preparando desde o início do ano para a situação. A coordenadora médica da pasta, Kátia Michelle Bomfim ressalta que todas as unidades de saúde da cidade estão abastecidas com os materiais necessários e os profissionais da área foram capacitados sobre as principais medidas de proteção contra a doença. Além disso, as ações educativas serão reforçadas nas unidades de saúde para informar a população sobre cuidados e hábitos de higiene.
De acordo com dados atualizados da SMS, Aparecida de Goiânia registrou, neste ano, três casos confirmados, 18 suspeitas de contaminação de H1N1 e nenhum óbito ocasionado pela doença. Segundo a coordenadora, não se pode falar em epidemia na cidade. “A população deve ficar atenta sim, tomar todas as medidas de prevenção e observar a intensificação dos sintomas comuns da gripe, pois nem toda síndrome gripal é H1N1 e nem todas irão se agravar”, afirma Kátia Michelle. Outra medida tomada pela SMS foi o pedido de ampliação de leitos especializados junto as instituições parceiras e ao Estado de Goiás.
A coordenadora explica que qualquer paciente com sinais normais de gripe deve procurar ajuda médica. “Não precisa ser, necessariamente, em uma Unidade de Urgência. Indicamos procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que também tem equipe médica apta a fazer o tratamento”, explicou. No entanto, ela destaca que os pacientes com sintomas mais graves como falta de ar, dor torácica, prostração, parada ingesta de líquidos e alimentos e febre alta persistente precisam procurar uma Unidade de Urgência para fazer o diagnóstico e tratamento adequados.