Hospitais e laboratórios paralisam atendimentos pelo Imas
Diário da Manhã
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 23:40 | Atualizado há 7 anos
Em assembleia realizada pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), hospitais, laboratórios, clínicas e outros estabelecimentos de saúde credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) decidiram paralisar os atendimentos aos usuários por cinco dias consecutivos.
A decisão pela “paralisação de advertência” passou a valer ontem (26) e se justifica, de acordo com o Sindhoesg, pelo fato de os prestadores terem sido obrigados a suspender o atendimento diante dos atrasos que já comprometem o funcionamento das empresas prestadoras de serviços. Com a decisão, os mais prejudicados são os usuários do Imas, que, apesar de terem a contribuição descontada de seus contracheques, se deparam com a paralisação do atendimento.
A administração hospitalar de uma das instituições credenciadas ao Imas reconhece que todas as áreas são afetadas, mas ressaltam que, além dos beneficiários serem afetados diretamente, os hospitais, laboratórios, clínicas e outros estabelecimentos de saúde credenciados são também muito prejudicados com o atraso nos repasses.
O sindicato alega que os atrasos nos repasses de valores relativos aos atendimentos de saúde têm sido constantes e que há seis débitos ainda em aberto. Os credenciados cobram que os pagamentos sejam todos liberados na mesma data, uma vez que os depósitos estão sendo feito de modo seletivo e apenas algumas instituições receberam os valores, uma delas alega que a dívida do Imas chega a R$ 1,2 milhão.
As instituições credenciadas ao Imas alegam que os pagamentos, quando liberados, estão sendo feitos de modo seletivo e apenas algumas instituições receberam os valores. O sindicato acrescenta que os atrasos nos repasses de valores relativos aos atendimentos de saúde, por parte do Imas, têm sido constantes chegando R$1,2 milhão para apenas um dos estabelecimentos credenciados.
Sindhoesg expõe ter havido ainda um corte de 10% dos valores das faturas de outubro de 2016 e janeiro de 2017 e de 20% das faturas de novembro de 2016 e fevereiro de 2017, e que isso prejudicou os atendimentos aos usuários do Imas. Conforme o sindicato, os pagamentos começaram a ser efetuados, entretanto há atrasos e o valor não teria suprido todo o débito.
Durante a assembleia realizada pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) ficou decidido que apenas atendimentos de urgência e emergência devem ser realizados. O sindicato informou ainda que os funcionários credenciados devem se reunir novamente no dia 2 de março para avaliar a situação e verificar a continuidade da prestação dos serviços ao Imas.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DO IMAS
Em nota a diretoria do Imas informou que o prazo contratual para pagamento dos prestadores é de 90 dias e que esse período tem sido respeitado. Confira na íntegra a resposta do instituto sobre a questão:
A diretoria do IMAS informa que o prazo contratual para pagamento dos prestadores é de 90 dias, o que tem sido observado. Eventuais atrasos, no entanto, estão associados à burocracia inerente aos processos de pagamentos, que exige a apresentação de vasta documentação por parte do credenciado e cuja falta dela em qualquer fase do processo de pagamento exige, por disposição legal, que se abra diligências para completá-la, o que acaba atrasando os pagamentos. O IMAS realiza, mensalmente, cerca de 1.300 pagamentos aos seus credenciados.
Outra particularidade nos pagamentos efetuados pelo instituto diz respeito aos processos indenizatórios, assim caracterizados aqueles cuja dotação contratual tenha excedido o valor estabelecido ou decorrentes da prestação de serviços sem a cobertura contratual. Nesses casos, a burocracia é ainda maior, exigindo uma auditoria dos serviços prestados e a concomitante abertura de processo para pagamento. Desde o início da gestão, o IMAS reduziu em cerca de 80% os pagamentos por essa modalidade e deve, até março, zerar todos os pagamentos pendentes.
Como um dos maiores planos de saúde do País, o terceiro do Estado de Goiás, com quase 84 mil associados, é natural que ocorra o credenciamento e descredenciamento de prestadores, que entre pessoas jurídicas e pessoas físicas chegam a quase 2 mil prestadores.
SUPOSTOS ATRASOS DO IMAS APONTADOS PELO SINDHOESG:
Julho/agosto e setembro de 2016 – não pagos
Junho a novembro de 2017 – 80% dos prestadores ainda não receberam
Outubro de 2016 – faturas pagas com um corte de 10% do valor
Novembro de 2016 – faturas pagas com um corte de 20% do valor
Janeiro de 2017 – faturas pagas com um corte de 10% do valor
Fevereiro de 2017 – faturas pagas com um corte de 20% do valor